domingo, 15 de maio de 2016

ENCONTRO NO SOPÉ DA MONTANHA



       O pobre pai tinha recorrido a todos os médicos e curandeiros do país. Entre uns e outros acabara por perder todo o seu dinheiro juntamente com as esperanças. Tudo o que um pai é capaz de fazer pelo filho doente - o seu único filho - já o tinha feito.
       Havia experimentado todos os remédios, medicamentos, beberragens, poções, tratamentos, dietas e exorcismos1 que lhe tinham aconselhado. Mas o filho não melhorava.
       A vida ficara-lhe suspensa, por assim dizer, naquele dia em que o pequeno começara a retorcer-se e a espumar, a ranger os dentes e a ficar rígido.2 Desde então, a ameaça de morte voltava, diariamente, a atormentá-lo em cada ataque.
       No princípio tinha-se agarrado, com uma fé que nem ele mesmo compreendia, a qualquer fio de esperança, qualquer sugestão.
       - Conheci alguém que me contou que, em tal lugar, um menino tinha um problema parecido e...
       O pai do Surdo-mudo, como lhe chamavam na aldeia - na verdade ninguém sabia o que tinha a criança e os diagnósticos iam desde lunático até endemoninhado3 - tinha experimentado tudo.
       Como não podia resignar-se à sua impotência nem à impotência dos outros, parecia-lhe que, enquanto procurasse e experimentasse, adiava a chegada da última crise.
       Nem sequer as suas orações pareciam servir. Nenhum alívio surgia de parte nenhuma. Os seus familiares procuravam convencê-lo de que não havia outra alternativa senão renunciar.
       - Que lhe hás de fazer? Não há remédio. Tens de ter coragem. É o seu destino.
       Ele, no entanto, continuava a revoltar-se diante da ideia de aceitar aquela realidade insuportável. Tinha decidido não descansar até ao fim. Como entretanto não lhe restava mais nada para perder, devia continuar a experimentar. Se havia uma solução tinha de encontrá-la. E se não...
       Não. A vida não podia ser tão cruel - tinha ele gritado a Deus repetidas vezes -. Tinha de haver uma saída, alguém, nalgum lugar, que pudesse fazer alguma coisa pelo seu filho.
       Os amigos compadeciam-se dele, mas não podiam resolver o seu problema. Para eles a vida continuava, mas para ele não, porque aquilo não era vida. Tinha de continuar a lutar sozinho, pelo seu filho, perante a impotência dos homens e o silêncio de Deus.
       Foi assim que, pelo sim pelo não, tinha ido até ao pé daquela montanha, procurar um tal Jesus de quem se comentavam coisas incríveis.
       Mas Jesus não estava, e os discípulos que o atenderam não puderam fazer nada por ele.4
       Quando finalmente Jesus chegou, o pai do Surdo-mudo estava tão desiludido que nem lhe pediu que curasse o filho. Expôs-lhe - como tantas vezes fizera a tantos outros - os sintomas da doença, limitando-se a acrescentar:
       - Senhor, se puderes fazer alguma coisa, tem compaixão e ajuda-nos.
       Não deixa de ser uma dolorosa ironia que Jesus tivesse encontrado os discípulos a discutir com os escribas, tão ocupados a dialogar como incapazes de ajudar. Os seus profundos discursos - como os nossos - sobre o problema do mal, a morte dos inocentes e o sofrimento das crianças, apenas conseguem tornar mais patente a dificuldade humana para lutar contra as injustiças do mundo, ou simplesmente para limitá-las.
       Jesus estremece diante daquele insuportável espectáculo: Uma criança que se contorce de dor, um pai no limite da resistência, e um grupo de religiosos a discutir teoricamente a situação. Baixando-se para proteger com os braços o corpo convulso do pequeno, diz, dirigindo-se ao pai:
       - Se podes crer, tudo é possível para aquele que crê.5
       Uma tremenda frase, que o atormentado pai não sabe se há-de interpretar como um estímulo à esperança - "Não te preocupes, basta que creias" -, ou como a mais desmoralizadora das respostas - "Se não crês, não esperes nada" -.
       O homem sente-se tão abatido, tão desesperado, que não sabe como reagir. Para acabar com aquele inferno, bastaria crer? Para salvar o seu filho, tinha alguma importância a sua fé de pai? Impulsionado pela dor, grita:
       - Creio!
       Mas não sabe o que diz. Algumas palavras já perderam para ele o sentido. Esqueceu o que significa crer. E, demasiado sincero para pretender enganar Jesus, corrige a sua resposta:
       - Senhor, queria crer mas não posso. Não tenho fé. Ajuda-me a crer.6
       Esta confissão emociona pela sua franqueza. "Vem em auxílio da minha incredulidade" ou, segundo outras versões, "da minha pouca fé", significa. "Desejaria crer, mas há alguma coisa em mim que me obriga a duvidar. Por um lado, penso: Deus pode tudo. Por outro, digo: Não pode ser. Mas Tu, por favor, faz como se eu cresse. Ajuda-me apesar de eu não ter a certeza de que me vais ajudar..."
       Quantas vezes, como a este homem, nos terá acontecido também não ver claramente os limites da nossa fé, não estar seguros se cremos ou não? Quantos de nós não terão alguma vez pedido, como o pai do Surdo-mudo: Senhor, ajuda-me a crer?
       No entanto, esta última confissão de impotência, em que o homem reconhece a sua absoluta incapacidade, inclusivamente para esperar; esse último gesto de se remeter inteiramente a Deus, é, para Ele, a fé necessária para que tudo seja possível, incluindo o milagre.
       Na realidade, não se dar por vencido diante do problema do sofrimento, continuar à procura de uma solução contra o mal quando não se encontra nada, lutar até ao limite das forças, só por amor, não será isso crer? Não fora já a fé que levara o pai do Surdo-mudo até ao pé daquela montanha ao encontro de Jesus? Será que a fé humana é sempre imperfeita e que Deus não nos pede mais do que o desejo sincero de crer?
       Que é, realmente, a fé?
       Damos a esta palavra um sentido eminentemente religioso, mas nas línguas bíblicas não existe uma palavra específica para a fé religiosa. A palavra traduzida por "fé" designa a confiança depositada numa pessoa, porque a consideramos digna dela. O dicionário define a fé como crença, convicção e certeza."7 O Evangelho usa-a no sentido de "posse antecipada daquilo que se espera, prova de realidades que não se vêem". Ou, segundo outras versões, como "a confiança de receber o que esperamos, o convencimento de que algo que não vemos é verdade".8 Mais confiança do que crença, mais intuição do que convicção, mais adesão do que certeza. Possivelmente "adesão" seria a palavra.9
       Porque adesão implica compromisso e entrega, sem que se exija compreensão total. É possível confiar em alguém sem o compreender completamente. Podemos tomar o partido de Deus sem entendermos o Seu silêncio.
       Assim se compreende que Jesus pronuncie a frase: "Tudo é possível ao que crê"10 talvez aplicada também a Si mesmo. Embora o milagre seja um privilégio divino, Jesus convida o pai do doente a confiar em Deus como Ele mesmo confia. Porque essa confiança - ou seja, a fé - torna possível o impossível.
       O pai do Surdo-mudo podia confiar em Jesus, porque intuía que estava incondicionalmente a seu lado. Essa fé que sabe sem demonstrações, que se apega sem ver, esse "instinto de Deus" era o que ele precisava. Não especialmente para que o seu filho sarasse, mas também para ser capaz de lutar, suportar e transcender a realidade da sua própria vida, inclusivamente - e de um modo particular - se o filho não se curasse.
       A indignação de Jesus contra aquela "geração incrédula"11 dirige-se mais aos discípulos do que ao pai do doente. Não por terem fracassado na cura do menino, mas por havê-la tentado por si mesmos. A sua falta de experiência real com Deus - ou seja, a sua falta de fé -, levara-os a agir como se a sua proximidade "profissional" de Jesus pudesse por si mesma conferir-lhes algum poder que os transformasse nos Seus executivos oficiais ou nos agentes - por vezes secretos - do Seu poder.
       Apesar de tudo, Deus decide fazer um milagre e imediatamente o Surdo-mudo é curado. Isso porém só acontece quando aquele pai está disposto a aceitar a vontade divina, seja qual for, sem exigir nada.
       Quando os discípulos perguntaram por que não tinham podido realizar a cura, Jesus responde-lhes que só é possível vencer certos problemas com "oração e jejum",12 isto é, dependendo totalmente de Deus.

       Daí que a experiência do sofrimento seja tão difícil de suportar para quem conte unicamente com as suas próprias forças. Só aquele que crê pode encarar o sofrimento de frente, sem fechar os olhos, sem procurar escondê-lo, sem se resignar e sem se revoltar contra a aparente inibição divina. Porque sabe que Deus está connosco e nos ama ao ponto de ter vindo ao encontro da nossa dor fazendo-se homem.
       A fé verdadeira está longe de ser uma atitude mental reconfortante. É um acto de confiança absoluta em que Deus está ao nosso lado. Porque um homem, em cujo rosto reconhecemos Deus, compartilhou a nossa miséria e a superou para sempre com uma dose de amor maior que todo o nosso ódio. Como profeta da felicidade e garante da Vida, os Seus milagres não são mais do que o penhor da veracidade das Suas promessas e do Seu triunfo final.
       Por isso, o crente pode entrever a vida, o bem e o seu triunfo definitivo sobre o sofrimento e a morte. Sabe que diante do mal toda a explicação humana é irrisória, e que aqui e agora apenas se impõem a resistência, a fraternidade e a esperança. Para o crente, crer, embora não resolva o problema do mal, é já uma maneira de o superar enquanto aguarda a sua solução definitiva.
       Nesta perspectiva, o contrário de crer não é duvidar, mas repelir. Por isso a falta mais grave, a que Jesus denuncia mais energicamente, é a indiferença ou o desprezo.13 A rejeição de Deus - "o pecado contra o Espírito Santo"14 - que costuma levar ao endeusamento da própria pessoa, e ao desprezo dos outros, que pode levar a qualquer crime. Quase poderíamos dizer que a falta de respeito é a essência do mal. Que é um terramoto, por exemplo, comparado com a tortura?

       Entre as múltiplas interrogações que levanta o tema da fé, a primeira a esclarecer talvez seja por que razão uns crêem e outros não.
       Há quem diga que não consegue crer porque a fé é um dom que Deus só dá a alguns, mas esta é uma falsa maneira de pôr o problema.
       O facto de a fé ser um dom divino não justifica a incredulidade de ninguém. Também a vida é um dom. A ideia de que Deus reparte a fé arbitrariamente é alheia à Bíblia. Esta diz claramente que Deus "não tem favoritismos" 15 e fala da "medida da fé que Deus repartiu a cada um."16 A medida pode variar, como varia a capacidade pulmonar ou o alcance da mente, mas todos temos a possibilidade de conhecer Deus.
       Crer não é ganhar uma viagem num super-sorteio cósmico, em que o afortunado só precisa de ter a sorte de estar na lista.
Uma vez conseguida a entrada (o baptismo), basta-lhe acomodar-se no seu lugar e descolar em direcção ao céu. A experiência espiritual mostra-nos que crer não consiste em embarcar numa viagem definitiva, sem esforço e sem retorno. O Evangelho nunca descreve a fé em termos de privilégio, mas em termos de 'relação'. Crer em Deus é viver em relação com Ele.
       Como todas as relações, a fé tem um início - Deus sempre nos sai ao encontro - e progressivamente se vai definindo face aos acontecimentos da vida, diante dos obstáculos imprevistos e dos encontros decisivos. Mais do que um cruzeiro de luxo, parece-se com as viagens dos descobridores ou dos exploradores.17
Uma aventura difícil, comprometida e apaixonante. Tendo de encontrar por si mesmos os meios para avançar, perdendo às vezes o rumo e arriscando-se sempre no empenhamento. Esperando e perdendo a esperança para, por fim, quando tudo parecia pressagiar a derrota, encontrar uma recompensa inesperada.
       A aventura da fé é uma luta constante contra os limites da condição humana, mas com a certeza de que a vitória está segura. Nesta empresa Deus não me garante livrar-me de nenhum perigo, mas proporcionar-me a força para vencê-los.

       Crer é confiar no único Ser capaz de me salvar de mim mesmo e de dar sentido e futuro à minha vida. Dizer que sim a Alguém que me aceita, sem ter em conta o meu passado; que me acompanha, transformando o meu presente; e que me guia, inspirando o meu futuro.
       Crer, como viver um grande amor, é uma aventura cheia de riscos e imprevistos; mas também de enormes satisfações. Crer, como amar, é comprometer-me no mais profundo do meu ser e decidir compartilhar a vida com Alguém. Unir-me a ele sem reservas. Saber que ele me ama e amá-lo.
       A fé, como uma adesão, não se encontra por sorte como uma moeda, não se perde como uma carteira, não se pode guardar a prazo fixo como um capital no banco. Como relação, é algo que vive, que muda, que pode crescer e desenvolver-se, ou enfraquecer e morrer.
       Como acontece no plano da amizade e do amor humano, se a relação com Deus se limita às ocasiões de encontro obrigatório, a visitas oficiais ou de cortesia, a fé acaba por morrer, à medida que se vai perdendo a intimidade.
       Às vezes leva muitos anos a estabelecer uma relação sólida, mas basta um momento de impaciência para a deitar a perder. Talvez por isso, no mundo em que vivemos, em que ninguém tem tempo para o outro e falta tanto a paciência, haja cada vez menos crentes. Embora proliferem as fés sucedâneas, o mundo pós-cristão está a perder a fé. E a um ritmo tal, que o próprio Jesus Cristo perguntou a Si mesmo se, quando regressasse, restaria alguma fé na terra.18
       Lamentavelmente, uma parte da responsabilidade desta situação recai sobre alguns dos que se chamam cristãos.
       Um universitário escrevia-me: "Como se pode aceitar, dentro da mesma igreja, o bispo X, que apoia a guerrilha em certo país da América Latina, e o bispo Y, que condena? Um apoia a classe dominadora, e o outro morreu para libertar os operários dessa opressão. Como se pode compreender que o grande proprietário capitalista e o operário a quem este explora se despeçam em paz, depois de assistir juntos aos mesmos serviços religiosos, uns para continuar a explorar, e os outros a ser explorados, e assim todas as semanas? Permita-me que lhe diga que tudo isto me faz perder a fé. Abandonar a igreja é para mim a única saída honesta."
       É doloroso pensar que alguém possa romper com a igreja, abandonar a religião ou perder a fé por fidelidade à sua consciência, diante do escândalo de alguns impropriamente chamados cristãos.

       É lamentável, mas muito humano, que os crentes guardem o tesouro da sua fé em recipientes tão toscos que desvirtuem o valor do seu conteúdo.19 Mas é ainda mais doloroso que aqueles que procuram Deus abandonem o seu empreendimento repelidos por falsos representantes Seus.
       1 - Nas suas cartas a Timóteo, Paulo dá como primeira razão desta crise de fé a deformação dos ensinamentos divinos: "Nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demónios."20 Só a descoberta da revelação divina pode resolver a confusão provocada pela proliferação de crenças estranhas.
       2 - A segunda razão tem que ver com os argumentos da "falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé".21 Há teorias que apresentam certas argumentações materialistas como as únicas válidas para explicar os enigmas da origem e do sentido da vida. Com elas se induz a pensar que a noção de Deus corresponde a um estado pré-lógico da evolução do pensamento, hoje superado pelas pessoas suficientemente cultas. Um estudo imparcial sobre a diferença entre hipótese e facto provado, situaria a questão sobre uma base mais científica, e abriria as portas à possibilidade de outras explicações.
       3 - A terceira razão do abandono da fé, segundo Paulo, é a secularização de uma sociedade materializada: "Os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e trespassaram a si mesmos com muitas dores."22 De um modo muito realista, Paulo alerta-nos para os perigos de dar uma obsessiva prioridade aos bens materiais. O homem não pode viver só de pão.23 Fechar-se para a dimensão espiritual da vida é uma autêntica mutilação.
       Poderíamos assinalar muitos mais factores que tendem a afastar da fé, mas não encontraríamos nenhum que fosse independente de nós mesmos e, portanto, suficiente para justificar a nossa ruptura com Deus.

       Felizmente, a fé pode-se descobrir e cultivar da maneira mais simples. Quando Deus vem ao nosso encontro, abrirmo-nos à Sua influência, ainda que seja para dizer apenas "ajuda-me a crer", já é um acto de fé. Mesmo que não experimentemos nenhuma vivência especial, cada convite interior a procurar o sentido da vida, cada vez que experimentamos a nostalgia do ideal, ou o desejo de fazer algum bem a alguém, estamos a ouvir o apelo da fé.
       Quando fomentamos a nossa relação com Deus e a exercemos com os nossos semelhantes - porque é nos outros que encontramos Deus - a nossa fé aumenta e a nossa vida enriquece. Então até as dificuldades de cada dia nos ajudam a unir-nos mais a Ele. Porque, ainda que nem sempre afaste de nós a tempestade, está sempre disposto a ajudar aquele que luta contra ela. E, se nem sempre protege o barco, pode sempre proteger o marinheiro.
       Por isso, no fim do relato, Jesus diz aos Seus discípulos:
       - Se tivésseis fé como um grão de mostarda, poderíeis deslocar montanhas.24
       Com estas palavras, recorda-lhes o essencial da sua relação com Deus: que, mesmo começando muito timidamente, se mantenha viva. Porque se, com o convívio, a deixarmos criar raízes ela se irá transformando, como na parábola, numa árvore capaz de fragmentar, com a sua força, as nossas montanhas de problemas.
       Não existe uma fórmula mágica para crer, nem para resolver os conflitos, conseguir o carinho de alguém ou educar os filhos. O que existe é a possibilidade de querermos, acima de tudo, não nos separar de quem amamos.
       Se a nossa relação com Deus for prioritária; se, como o pai do Surdo-mudo, Lhe levarmos os problemas que nos pesam sobre os ombros, podemos ter a certeza de que nos ajudará a resolvê-los ou a conviver com eles. E assim a nossa fé não deixará de crescer. O que, nos tempos que correm, não deixa de ser um milagre!




REFERÊNCIAS:
1. Conhecem-se inúmeras práticas aplicadas a este tipo de males. Flávio Josefo relata um dos exorcismos mais clássicos: "Aproximou do nariz do endemoninhado um anel com o emblema de uma das raízes prescritas por Salomão para unções; e logo que o homem caiu no chão, exconjurou o demónio para que o deixasse definitivamente, em nome de Salomão, recitando a oração que ele havia composto." (Ant. 8:45,49). Para as febres terçãs (associadas a possessão), prescreve-se: "Tomar sete espinhos e sete palmas, sete lascas de sete vigas, sete cavilhas de sete pontes, sete pitadas de cinza de sete fornos, sete pedaços de lama de sete soleiras, sete flocos de lã de sete ovelhas, sete raminhos de cominho e sete pelos da cauda de um gato velho e amarrar tudo ao pescoço com uma corda nova" (Sha 67a).
2. Ver o pormenor dos sintomas em Marcos 9:14-29; Mateus 17:14-23 e Lucas 9:37-45.
3. O texto paralelo de Mateus 17:15 diz "lunático" e o de Lucas 9:38, 39, 42 fala de "endemoninhado".
4. Mateus 17:15-16. Jesus desce então o monte da transfiguração (Mateus 17:1-15; Marcos 9:2-17; Lucas 9:28-38).
5. Marcos 9:23.
6. Marcos 9:24.
7. José Pedro Machado, Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Vol. 5, pág. 119.
8. Hebreus 11:1.
9. A versão de André Chouraqui (La Bible, Paris: Desclée de Brouwer, 1985) substitui sistematicamente o termo "fé" por "adesão" e o verbo "crer" por "aderir".
10. Marcos 9:19, 23.
11. Marcos 9:19.
12. Marcos 9:28, 29.
13. Marcos 9:42; Lucas 17:1-4.
14. A esta rejeição chama Jesus "o pecado contra o Espírito Santo". Mateus 12:22-37.
15. Romanos 2:11.
16. Romanos 12:3.
17. Mateus 17:20.
18. Lucas 18:8. A questão da incredulidade é muito complexa e os seus factores são múltiplos. É lamentável constatar que, por vezes, alguns daqueles que se dizem cristãos, como aqui os discípulos, em vez de favorecer a fé, parecem estar do lado dos obstáculos.
19. II Coríntios 4:7; Mateus 9:17.
20. I Timóteo 4:1.
21. I Timóteo 6:20, 21.
22. I Timóteo 6:9, 10.
23. Mateus 4:4.
24. Mateus 17:20.
Texto da contracapa do livro acima:
"Existe sempre um primeiro encontro. E chegará também, o momento do último. Alguns determinarão mesmo uma mudança no rumo da nossa vida. Mas um só, poderá torná-la plena e perdurável. Poderá deleitar-se, agora, aprendendo com os ENCONTROS de alguns homens e mulheres que tiveram o encontro decisivo, que todos nós, pessoalmente, podemos e devemos experimentar."

Doutor Roberto Badenas in Encontros, Publicadora Atlântico, S.A., 1992.

(Ver mais sobre o Autor em Meditação para a Saúde, Links 1R. Tem lá também uma oferta para si e para os seus familiares e amigos, se assim o desejar.)

domingo, 1 de maio de 2016

Pequenas Reflexões no Dia do Trabalhador


"O TRABALHO LIBERTA"

Felizes as pessoas que têm misericórdia dos outros, pois Deus terá misericórdia delas.
Mateus 5:7

Imagem do Portão principal de Auschwitz I, onde se lê a frase "Arbeit macht frei" ('O trabalho liberta') in Wikipédia.

Assombrosamente desumano. Palavras não bastam para explicar a viagem de hoje. Uma solitária ferrovia entra dentro dos portões de uma estação. Um letreiro de ferro, em alemão, anuncia: "O trabalho liberta". Ali chegariam passageiros desinformados sobre a verdadeira razão daquela parada. Não se tratava de um destino qualquer, mas do fim cruel de suas próprias vidas.
Auschwitz. Este foi o nome perverso do acampamento mais macabro que a mente humana construiu. Materializando a face do mal, na Segunda Guerra Mundial, os nazistas levantaram enormes campos de concentração com um objetivo: exterminar judeus e dissidentes do sistema. Dentre esses campos de extermínio, Auschwitz foi o pior.
Calcula-se que lá foram mortos mais de um milhão de inocentes. Ao chegarem dentro de vagões, milhares de adultos, idosos e crianças passavam por uma triagem. Alguns eram selecionados para os horríveis experimentos de Mengele, o médico da morte. A grande maioria era conduzida aos porões das câmaras de gás. Enganadas, quase duas mil pessoas de cada vez eram asfixiadas pelo gás mortal após as portas de ferro serem lacradas. O que elas inicialmente pensavam que fosse um "banho higienizador" era veneno mortal. Impensável. Os pouquíssimos sobreviventes de tamanho suplício não conseguiram descrever o cheiro dos fornos que consumiam os cadáveres. Segundo alguns relatos, o odor da morte era sentido a quilómetros. Famílias inteiras foram dizimadas. Tudo isso por causa da loucura de um homem que enlouqueceu uma nação.
Quando perdeu a guerra, Hitler se matou antes de ser julgado. Mas deixou um dos piores legados da história da humanidade. Tudo isso por causa de suas terríveis escolhas.

Isso nos serve de alerta sobre o que o ser humano é capaz de fazer quando se afasta de Deus. Por isso, seja diferente. Viva com Jesus a ponto de sentir a dor diante da ideia de fazer mal a alguém. Não prejudique os sonhos de ninguém, muito menos use as pessoas como trampolim para os seus próprios interesses. A eternidade o recompensará.

Meditação Juvenil, Casa Publicadora Brasileira, 12.03.2013.

DEUS NÃO ESTÁ MORTO

A questão crucial não é se Deus está vivo ou se está morto. O ponto é: você está vivo ou morto?


Mais de 130 anos se passaram desde que o filósofo alemão Friedrich Nietzsche escreveu em A Gaia Ciência, um de seus livros mais lidos, que "Deus está morto. Deus permanece morto. E nós o matamos". Ao longo desse período, surgiram diversas reações à ideia da "morte" de Deus, desde frases estampadas em camisetes, como a que apresenta na frente "Deus está morto, assinado Nietzsche" e atrás "Nietzsche está morto, assinado Deus", até decalques para carros, a exemplo da afirmação do conhecido pregador Billy Graham: "Deus não está morto. Falei com Ele esta manhã".
Recentemente, o filme Deus Não Está Morto, lançado no Brasil em agosto de 2014, revisitou a ideia do filósofo alemão, embora sua crítica não estivesse diretamente ligada a ela. A inspiração para o filme veio de relatos e casos legais de diversos jovens cristãos universitários perseguidos por causa de sua fé. Ao refletir sobre as questões propostas pelo enredo, fiquei pensando que talvez aquilo que alguns estão chamando de ateísmo cristão seja mais preocupante do que o "decreto" da morte de Deus. Enquanto ateus dizem que Deus não existe e agnósticos admitem a possibilidade de Sua existência, os chamados ateus cristãos vivem como se Ele não existisse.
Essas questões me fizeram lembrar duas histórias bíblicas, ambas ocorridas após a ressurreição de Jesus. A primeira é contada com mais detalhes por Lucas (24:13-35; ver Marcos 16:12, 13) e trata sobre os dois discípulos na estrada de Emaús. A segunda é relatada por João (20:11-18), que narra o encontro de Maria Madalena com o "estranho" jardineiro (v. 15). O que existe em comum nos dois relatos é algo que me deixa perplexo: de algum modo, os três personagens dessas histórias estavam se relacionando com um Deus vivo como se Ele estivesse morto!
Isso leva meu pensamento para outra direção. A questão crucial não é se Deus está vivo ou se está morto. Absolutamente, não. A Bíblia nem sequer chega a tocar nesse assunto. Ao contrário, a primeira afirmação bíblica pressupõe a existência de Deus: "no princípio, criou Deus os céus e a terra" (Génesis 1:1). E só existe uma explicação para que Deus estivesse presente no princípio: Ele é anterior ao princípio. Mais do que isso, Ele é a causa de todas as coisas. O ponto é: Você Está Vivo ou Morto? A situação de Maria Madalena e dos dois discípulos era a mesma: embora Jesus tivesse ressurgido dentre os mortos, Ele ainda não havia ressurgido no coração deles. E esta é uma questão de vida ou morte.
Finalmente, esses três personagens se depararam com a realidade de um Deus vivo, e que alegria indizível explodiu de dentro para fora, como água a jorrar de uma fonte inesgotável. "Verdadeiramente, ressurgiu o Senhor!" (Lucas 24:34), disseram eles; "Vi o Senhor!" (João 20:18), assegurou ela. Neste novo ano, que a realidade de um Deus vivo faça toda a diferença. De modo mais específico, que a afirmação cristã de que Ele está vivo não seja fruto meramente de nossas palavras, mas que se reflita nas nossas ações.

Adenilton Tavares de Aguiar, mestre em Ciências da Religião, é professor de Grego e Novo Testamento na Faculdade de Teologia da Bahia, 30 de dezembro de 2014.


DEUS NÃO DORME!

Ele, o seu protetor, está sempre alerta e não deixará que você caia. O protetor do povo de Israel nunca dorme, nem cochila. Salmo 121:3, 4


A revista americana Review and Herald publicou uma história que aconteceu na época da Segunda Guerra Mundial e que toca o nosso coração. Era uma noite fria de inverno. Uma senhora americana e o filho pequeno dormiam em casa, numa pequena vila de França. De repente, ouviram alguém bater forte à porta. A mãe ficou surpresa ao ver uma patrulha de soldados. Sem dar nenhum motivo, o oficial mandou que ela se vestisse e saísse da casa. Ela explicou que não podia sair naquele frio tão forte porque o filho pequeno estava com pneumonia. Disse também que não havia cometido nenhum crime e que não havia razão para terem que sair daquele jeito. Mas não houve acordo. Ela e a criança saíram, subiram num camião e seguiram em direção às montanhas. Finalmente pararam e os soldados deram ordens àquela mulher para que descesse do camião com seu filho, que gemia de dor e tossia muito. Andaram até chegar perto de um casebre, e novas ordens foram dadas. Agora os soldados diziam que eles deveriam se encostar na parede daquela construção. Soldados se alinharam com fuzis nas mãos, prontos para atirar assim que o comandante desejasse. Imaginando o que iria acontecer, a mulher gritou para aquele homem. "O senhor não tem filhos? O senhor não tem piedade de nós? Eu não fiz nada de mal para vocês, mas estou pronta para morrer. Só que vocês não devem matar esta inocente criança!" Com o coração duro, o homem respondeu que sim, tinha filhos, mas não estava preocupado com o que ela dizia.
Exatamente naquele momento, o pequeno menino olhou para o céu e disse: "Mamã, olhe para as lindas estrelas! Deus ainda não foi dormir. Ele está olhando para nós!" Ao ouvir essas palavras de fé daquela criança, o oficial ficou imóvel. Alguns instantes se passaram e ele então mandou que os soldados baixassem os fuzis e se dirigissem para o camião. Olhando para a mulher, disse que ela e o filho estavam livres. Os dois se abraçaram e seguiram para casa.
Nós podemos ficar várias horas sem dormir. Mas, em algum momento, o sono vem e não podemos resistir. Mas Deus nunca dorme. Comece seu dia com a certeza de que Ele está sempre cuidando de você.

Meditação Matinal, C. P. B., 14.7.2014.

NÃO TE PREOCUPARÁS
O mandamento que ordena a Santificação do Sétimo Dia da Semana (Sábado) é mencionado apenas duas vezes no texto sagrado (Êxodo 20:8-11 e Deuteronómio 5:12-15). Apesar disso, nós o observamos e exaltamos, porque se trata de uma benéfica recomendação divina, à qual, lamentavelmente, poucos têm dado ouvidos.
Sem dúvida, continuaríamos tendo razão ao agir desse modo, ainda que essa instrução tivesse sido expressa uma única vez por nosso Deus. Não é necessário que Ele repita diversas vezes uma ordem para que a consideremos importante!

No entanto, há um mandamento tão benéfico quanto o 4º, e que é mencionado diversas vezes nas Escrituras, mas não tem sido observado e exaltado por muitos de nós. É verdade que ele não faz parte, implicitamente, do Decálogo (Lei dos 10 Mandamentos); porém, esse facto não é suficiente para justificar a nossa desatenção para com ele. Refiro-me à instrução divina encontrada, por exemplo, em: Salmo 37:5; Salmo 55:22; e Filipenses 4:6 e 7:

- "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia n'Ele, e o mais Ele fará."
- "Confia os teus cuidados ao Senhor, e Ele te susterá: jamais permitirá que o justo seja abalado."
- "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e mentes em Cristo Jesus."

Já alguma vez tinham pensado que esses versículos são também mandamentos de Deus? (E mandamentos com promessa!) Provavelmente não. Embora saibamos que os escritores bíblicos foram "motivados pelo Espírito Santo" (II Pedro 1:21), é-nos difícil aceitar o que eles disseram como ordem divina, porque sempre nos lembramos de que eles foram seres humanos semelhantes a nós. Isso é um erro. Todavia, neste caso, temos registadas palavras do próprio Filho de Deus acerca do mesmo assunto. Encontramo-las em Mateus 6:25-34. Ao examiná-las, notamos que Jesus ordena que confiemos em Deus, e proíbe a ansiedade ou preocupação, mostrando a sua desnecessidade, inutilidade e pecaminosidade.


1. A Preocupação é Desnecessária Porque Deus Cuida de Todas as Suas Criaturas, Especialmente os Seres Humanos.

Jesus disse: "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?
"Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam nos celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?
"E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros?"
A nota tónica da mensagem de Jesus era esta: "Confiem em Deus." Diversas vezes, disse Ele aos que O ouviam:

- "Confiem em Deus. Ele é bondoso. Se vocês que são maus gostam de ver vossos filhos felizes e querem o melhor para eles, quanto mais o Pai Celeste? Ele, que cuida dos passarinhos, não iria cuidar de vocês?
- "Confiem em Deus. Ele Se preocupa com vocês. Sabe até o número de fios de cabelos que têm na cabeça! E conhece todas as vossas necessidades. Sabe o que precisam, antes mesmo que Lhe peçam.
- "Confiem em Deus. Ele é capaz de fazer qualquer coisa. Mesmo as que parecem impossíveis. O impossível não existe para Deus. Tudo é possível para Ele. Vocês não precisam de se preocupar."

E Jesus reforçou a Sua mensagem com factos. Os Seus milagres - os enfermos que sarou; os cegos, os surdos, mudos e aleijados que curou; os leprosos que purificou; os endemoninhados que libertou; os mortos que ressuscitou; os pecadores que recuperou; os pães e peixes que multiplicou; a tempestade que acalmou... - testificam de que Deus Se interessa pelos seres humanos, conhece as suas necessidades e é poderoso para solucionar os seus problemas. Portanto, não precisamos de nos preocupar.


2. A Preocupação, Além de Desnecessária, é Inútil, Porque Não Produz Nenhum Benefício.

A preocupação não prolonga a nossa existência sobre a Terra. Jesus disse: "Qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?"
Preocupar-se é, na verdade, perder tempo. Se um problema tem solução, porque nos preocupamos com ele? Se não tem, de que adianta nos martirizarmos por causa dele?
O pior é que muitos se martirizam por problemas que existem apenas na sua imaginação. Isso é perda de tempo ainda maior!
Precisamos de confiar em Deus, entregar-Lhe o nosso caminho... "e o mais Ele fará"! É inútil preocuparmo-nos. Devemos deixar que Jesus dirija a nossa vida e encontre as soluções para os nossos problemas.
O salmista escreveu: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos Seus amados Ele o dá enquanto dormem." Salmo 127:1 e 2.


3. Além de Desnecessária e Inútil, a Preocupação é Pecaminosa, Porque Constitui uma Afronta a Deus.

Quando nos preocupamos, acusamos a Deus de falsidade. A nossa preocupação revela falta de confiança n'Ele, descrédito na Sua palavra. E "aquele que não dá crédito a Deus, O faz mentiroso", diz a Bíblia (I João 5:10). Por isso, a preocupação é realmente uma afronta a Deus.

- Se está em dificuldades financeiras e pediu a Deus que o ajudasse - como Deus espera e quer que faça - mas continua a afligir-se por causa desse problema, está agindo como se Deus fosse mentiroso! A Palavra de Deus diz: "Pedi, e dar-se-vos-á... tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis." Mateus 7:7 e 21:22. Mas com a sua preocupação, está dizendo: "Eu não acredito. Isso não é verdade."
- Frequentemente, permitimos que isso aconteça. A Palavra de Deus diz: "Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus." Romanos 8:28. Mas nós dizemos, pelas nossas preocupações: "Isso não é verdade. Eu não acredito. Deus é mentiroso."
- A Palavra de Deus diz que Ele, "segundo a Sua riqueza em glória, há-de suprir em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades". Filipenses 4:19. Mas, nós dizemos, pelas nossas preocupações: "Isto não é verdade. Eu não acredito. Deus é mentiroso."
- A Palavra de Deus diz: "Ele tem cuidado de vós." I Pedro 5:7. Mas, nós dizemos, pelas nossas preocupações: "Isso não é verdade. Eu não acredito. Deus é mentiroso."
- E o próprio Deus diz-nos, de maneira direta, na sua Palavra: "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." Hebreus 13:5. Mas, nós Lhe dizemos, por nossas preocupações: "Isso não é verdade. Eu não acredito. O Senhor está mentindo."

Quanta insolência a nossa! "Se for insulto chamar a um homem mentiroso, quão infinitamente mais indesculpável é acusar o Deus soberano." (John E. Haggai.) Era também por esta razão que Jesus repreendia a censurava os "homens de pouca fé": a preocupação, a ansiedade, o temor e o medo constituem afrontas a Deus. Devemos evitar essas atitudes, confiando os nossos cuidados ao Senhor... E Ele nos susterá! Preocupar-se é pecado.


4. E Mais: Além de Desnecessária, Inútil e Pecaminosa, a Preocupação é Prejudicial ao Nosso Bem-Estar Físico e Mental.

A primeira reclamação de quase 80% das pessoas que procuram os consultórios médicos é: "Doutor, não consigo dormir." Porquê? Preocupação?

"Setenta por cento de todos os pacientes que procuram médicos poderiam curar-se a si mesmos se tão-somente pudessem livrar-se dos seus temores e preocupações", disse um preeminente médico norte-americano.

O Dr. Edward Podolskv, no seu livro Páre de se Preocupar e Fique Melhor, fala de correlação entre a preocupação e os problemas cardíacos, a tensão arterial alta, algumas formas de asma, reumatismo, úlceras, resfriado, mau funcionamento da tiroide, artrite, enxaquecas, cegueira e muitas perturbações estomacais.

Outros estudiosos afirmam que a preocupação também causa palpitações, dores na nuca, indigestão, náusea, constipação, diarreia, tontura, fadiga inexplicável, insónia, alergias e até paralisia temporária. E há também íntima ligação entre a preocupação e as doenças mentais.

Esta deve ser a principal razão porque Jesus ordena que confiemos em Deus e proíbe a preocupação ou ansiedade: Ele Quer Que Vivamos Saudáveis e Felizes. Não andemos, pois, ansiosos por coisa alguma; apresentemos as nossas dificuldades a Deus através da oração. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o nosso organismo e a nossa mente.


Conclusão: A  Nossa  Única  Preocupação  Deve  Ser,  Cada  Dia,  Dar  Prioridade  às  Coisas  Celestiais.

Jesus também disse: "Não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram estas coisas; pois vosso Pai Celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta a cada dia o seu próprio mal."

O nosso comportamento deve ser semelhante ao de André Rossi, autor do livro Agora Sou Livre. Quando lhe foi perguntado quais eram os seus planos para o futuro, disse, numa entrevista publicada na revista Decisão do mês de Novembro de 1986: "Não sei. Levo a sério aquele conselho de Cristo: 'Não vos preocupeis com o dia de amanhã.' Prefiro não me preocupar com o futuro, porque realmente não sei nem se estarei vivo amanhã. Talvez pareça que sou pessimista, mas não é isso. Sou realista. Agora, se eu estiver vivo, meus planos são estar servindo ao Senhor de alguma maneira."


Ermelindo Robson L. Ramos, Editor-associado da Revista Adventista Brasileira e da Revista Decisão, CPB, janeiro de 1988.



A MULHER QUE AMAVA O DINHEIRO

Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé.
1 Timóteo 6:10

Exceto por Sua ênfase no reino de Deus, Jesus falou mais sobre dinheiro do que sobre qualquer outro assunto. Considerando o caráter espiritual de Sua missão, isso parece surpreendente. Nos lábios de Cristo, contudo, o dinheiro não é tratado como um mero meio de troca, neutro, como na ideologia capitalista. Jesus atribui ao dinheiro personalidade, tratando-o pelo nome próprio aramaico, Mamon, o deus da riqueza, um poder controlador. Para Jesus, o dinheiro é um deus rival do Deus verdadeiro.

Em 1916, Hetty Green morreu como uma pessoa qualquer que enfrenta agruras financeiras. Sempre fora extremamente atenta à economia doméstica. Seus gastos com roupas e comida eram muito restritos. Viúva, quando seu filho de 14 anos contraiu uma infecção na perna, ela o levou em primeiro lugar para tentar atendimento numa clínica gratuita para a população carente.
Posteriormente, o rapaz teve a perna amputada. Mas a Sra. Green, por estranho que pareça, possuía imensa fortuna em dinheiro e ações. De fato, ela era uma especialista em investimentos. Ao morrer, a Sra. Green estava entre as 40 pessoas mais ricas dos Estados Unidos, possuindo 200 milhões de dólares. Em termos atuais, sua fortuna seria de 17 bilhões. Entre os livros escritos sobre ela, um deles tem o seguinte título: Hetty Green - A Mulher que Amava o Dinheiro.

O dinheiro pode escravizar as pessoas. Pode congelar o coração e paralisar as mãos. Por dinheiro, as pessoas mentem, roubam, se vendem, matam, traem e se corrompem. Pela ganância ao dinheiro, as pessoas se tornam completamente desfiguradas e nunca satisfeitas em juntá-lo.
Seu relacionamento com as finanças, em grande medida, revela quem você realmente é. Mostra em que você confia. O dinheiro age como um deus. Para as pessoas, em geral, o sucesso financeiro é visto como o fim de todos os problemas. Assim, ao dinheiro é atribuído o poder de Deus. Mas, segundo Jesus, o dinheiro é um falso mestre. Por isso, Ele nos alerta de que é impossível servir a dois senhores. Não há como agradar a Deus e a Mamon (Mateus 6:24).

Olhe ao redor hoje. Há alguém a quem você pode ministrar os recursos que Deus lhe confiou? Quando Jesus nos recomendou servir aos pobres, não foi apenas por eles, mas por nós mesmos, para nos proteger da avareza. Lembre-se, a generosidade no uso do dinheiro demonstra que aquilo que possuímos não nos possui.

Meditação Diária, C.P.B., 8 de julho 2014.

JESUS  CHAMA  ZAQUEU

"Jesus entrou em Jericó e atravessava a cidade. Havia lá um homem rico chamado Zaqueu, chefe de cobradores de impostos. Queria ver quem era Jesus, mas como era muito baixo não conseguia, por causa da multidão. Correu então adiante do povo, subiu a uma figueira brava e ficou à espera que Jesus por ali passasse para O ver. Quando Jesus lá chegou, olhou para cima e disse-lhe: 'Zaqueu, desce depressa, porque hoje preciso de ficar em tua casa.' Ele desceu imediatamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, começaram todos a criticar e a dizer que Jesus tinha ido para casa de um homem de má fama. Então Zaqueu pôs-se de pé e falou assim: 'Escuta-me, Senhor! Vou dar aos pobres metade de todos os meus bens e às pessoas a quem prejudiquei vou dar-lhes quatro vezes mais.' Jesus então declarou: 'Hoje entrou a salvação nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão. Na verdade, o Filho do Homem veio buscar e salvar os que estavam perdidos.'" Lucas 19:1-10.

(Em face do panorama atual em que roubar parece ser a regra e quanto maior a quantidade, parece que maior a 'valorização social' e a 'categoria pessoal'... - e ainda dizendo-se cristãos... o cúmulo! - pergunto-me como pode essa gente, viver com as suas consciências felizes e em tranquilidade! E sem vergonha?!
Uma coisa temos a certeza: Deus vê tudo, por mais secreto que seja, e mais tarde ou mais cedo terão que Lhe prestar contas. A Bíblia é bem clara, não nos deixa dúvidas! Zaqueu é um exemplo lindo, extraordinário, de quem preferiu viver com a sua consciência feliz e em paz. E poder assim um dia desfrutar da vida eterna! "Melhor é o pouco com justiça, do que a abundância de bens com injustiça." Provérbios 16:8. EE)



DE ONDE VENS, GEAZI?

"Então ele entrou, e pôs-se diante do seu senhor. E disse-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte. Porém ele lhe disse: Porventura não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou de sobre o seu carro, a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata, e para tomares vestidos, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas?" II Reis 5:25 e 26

Nesta história há mensagens magníficas, que contrastam com o gesto egoísta de Geazi. Em primeiro lugar, a generosidade da jovenzita israelita que servia na casa do general sírio Naamã. Ela tinha sido arrancada de casa dos seus pais e servia precisamente na casa de um general do exército invasor, leproso. Mas a criança sentiu pena do seu amo e sugeriu à senhora que o seu marido procurasse o profeta de Israel, o qual poderia curá-lo da lepra. A criada hebreia teve compaixão de Naamã (e coragem!!! EE) e esqueceu-se de que era uma simples escrava.
Naamã seguiu o conselho da menina, levou muitos presentes para uns e outros, e cartas de apresentação para o rei de Israel, mas, em Samaria, encontrou um monarca cheio de medo, que acreditou que os visitantes procuravam um pretexto contra ele. Em seguida, quando foi visitar o profeta, Eliseu nem sequer saiu para o receber, simplesmente mandou um mensageiro que lhe disse: "Vai, lava-te sete vezes no Jordão e ficarás purificado." Como? Acaso o profeta não o ia receber? Porquê lavar-se no rio Jordão? Não havia rios mais limpos em Damasco? Dececionado e aborrecido, Naamã decidiu ir-se embora, mas os seus criados aconselharam-no a seguir as instruções do profeta, e ele, com uma fé que venceu todas as deceções sofridas, obedeceu e ficou limpo da lepra! E não apenas da horrível enfermidade, mas também da 'lepra' do pecado, porque ali mesmo se converteu em adorador do Deus verdadeiro. A Geazi aconteceu o contrário, a avareza levou que fosse contagiado com a lepra de Naamã.
Apesar de o general ter insistido com Eliseu para que aceitasse uma recompensa pelos seus bons serviços, este recusou. O testemunho da sua conversão e o facto de lhe ter devolvido a saúde bastaram-lhe, e despediram-se. Mas o calculista Geazi não entendeu a recusa aparentemente absurda do seu mestre. Porquê recusar o donativo de um coração agradecido? Urdiu então uma artimanha e foi procurar Naamã, o qual lhe entregou o dobro do que ele pedia.

O profeta, porém, estava em casa à espera do seu criado com uma pergunta aterradora:
"Donde vens, Geazi?" Não podemos ocultar nada do olhar escrutinador de Deus.
A atitude do servo do profeta não ficou impune,
porque o Senhor detesta todo e qualquer tipo de corrupção.


AFASTE-SE  DE  QUALQUER  TIPO  DE  FRAUDE.  NÃO  VALE  A  PENA.


Pastor Carlos Puyol Buil in - Mas há um Deus no Céu - 10.05.2016, P. SerVir.

(Ainda hoje estão bem impressas na minha mente as palavras do meu querido e saudoso pai quando dizia às suas filhas, à Gaby e a mim, que ai de nós se aparecêssemos em casa com qualquer coisita, por mais pequena e sem valor que fosse, mas que não nos pertencesse. Ele era a Honestidade em pessoa! Lembro-me tão bem, por exemplo, de pelo menos duas vezes em que fiquei tão envergonhadita quando levei o pagamento do Colégio adiantado, trazendo-o de novo para casa; e outra vez que o levei repetido. E se eles faziam um grande esforço para nos terem a estudar num Colégio privado, porque éramos as 'filhas da velhice' - 12 anos a desejarem ter filhos - e o Liceu ficava um pouco longe da nossa casa... Que grandes pais! Que bons exemplos! E que felizes nós éramos, e mais agora orgulhosas nos sentimos por termos tido uns pais tão honestos! EE)