domingo, 29 de março de 2015

A  ATRAÇÃO  DA  CRUZ


Não há força tão poderosa como o amor. E não há amor tão assombroso, tão eficaz, como o manifestado por Jesus Cristo ao morrer por nós, pecadores, na cruz do Calvário.
Cristo mesmo era consciente da atração da cruz, posto que declarou: "E Eu, se for levantado da Terra, todos atrairei a Mim" São João 12:32.
Por isso, aquele pequeno monte próximo de Jerusalém, chamado de Caveira, é algo mais do que um lugar turístico. A colina do Gólgota domina o tempo e a eternidade, e será a ciência e a canção de todos aqueles que a contemplem com fé.
Quando com coração humilde nos acercamos da cruz e alçamos a vista ao madeiro, não podemos senão exclamar com São Paulo: "Longe esteja de mim gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por Quem o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo" Gálatas 6:14.

A Cruz: Uma Constante na Vida de Cristo

No coração da mensagem cristã encontramos a fé num Salvador crucificado e ressuscitado. Por esta doutrina cardeal o cristianismo difere consideravelmente de qualquer outra religião antiga ou moderna. A ideia de que o Soberano do Universo Se desprendesse de Sua glória, que tomasse sobre Si os pecados da humanidade e que morresse em ignominiosa cruz era de rara aceitação no passado, e inclusive hoje em dia.
Muita gente assegura que a fé cristã pode prescindir do conceito da cruz. Afirmam que o pecado não existe e que, mesmo que existisse, não haveria necessidade do sangrento sacrifício de Cristo na cruz.
Tais pessoas não percebem que uma das constantes na vida de nosso Salvador foi precisamente Seu amor abnegado, o qual alcançou expressão máxima em Sua morte vicária. Sua experiência quotidiana foi uma entrega desinteressada para ajudar os necessitados. Quando foi apresentado no templo, revelou-se que o Messias não ia encontrar uma senda expedita no mundo. As palavras dirigidas a Maria: "Uma espada te traspassará a alma", antecipavam o que finalmente ocorreria com Jesus Cristo. Cada momento de incompreensão, cada zombaria sobre Sua mensagem, cada recusa dEle era prenúncio da cruz.

A Cruz: Um Instrumento de Martírio

Não se conhece com precisão a origem desse suplício. Crê-se que os persas, ou certas tribos bárbaras como os citas, adotaram essa maneira cruel de dar morte aos condenados. Recordemos que na época de Jesus era Roma a soberana. Suas férreas hostes haviam conquistado o mundo conhecido e adotado alguns de seus costumes. A crucifixão era uma das maneiras de castigar os rebeldes políticos originários de nações vencidas. Também era aplicada aos escravos ou criminosos estrangeiros. O povo daquele tempo considerava essa forma de execução como a mais severa de todas.
Começava-se flagelando os culpados, e isto era feito duma maneira cruel. O instrumento do qual se serviam evoca por si só a atrocidade desse suplício. Compunha-se de quatro ou cinco bolas de chumbo unidas a uma corrente que terminava numa madeira. De cada uma dessas bolas sobressaíam pequenos ganchos de ferro em todas as direções. As pontas se agarravam à pele e rasgavam as vestiduras e os músculos. Se se abusava ao lacerar o condenado, era comum que ele falecesse.
Depois da flagelação, o réu era conduzido ao lugar de execução. Escolhia-se, normalmente uma via pública ou uma praça. "Obrigava-se aos mais baixos criminosos que levassem a cruz até seu lugar de execução; e com frequência, quando a estavam a colocar sobre os ombros, resistiam com desesperada violência, até que ficassem dominados e se atava sobre eles o instrumento de tortura." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 385.
A vítima, despojada das suas vestes, era cravada no madeiro e suspensa entre o céu e a terra. "Depois de ser crucificados, os réus eram dominados pela febre. As feridas se infectavam muito depressa, as moscas pousavam sobre elas e as agravavam. A sede era terrível, dada a evaporação de água pelo corpo, exacerbada pela febre mais alta..." - Dicionário de Ilustrações Bíblicas.
A morte era lenta e atroz. O condenado sofria intensamente e mergulhava na mais profunda das agonias. Para os torturados o único consolo era a própria morte.

A Cruz: Loucura Para os Que se Perdem

Para muitos homens e mulheres do século XX a cruz é um símbolo eminentemente honorável e glorioso. Muitos levam este signo preso à roupa, pendurado no pescoço, impresso em documentos, ou o instalam em suas moradias. Contudo, nem sempre foi assim.
No primeiro século, o cristianismo era considerado uma seita de origem judaica, que se baseava em afirmações aparentemente incríveis. Jesus, Seu fundador, era judeu como a maior parte de Seus seguidores. Além disso - e eis aqui o absurdo para a mentalidade pagã - sustentava ser um deus feito homem, que finalmente era condenado como um vil criminoso.
Em que relato mitológico se acharia semelhante herói? Quando é que um deus havia sucumbido ante juízes humanos? Como uma divindade podia sofrer semelhante humilhação?

Por tudo isso, o cristianismo era observado depreciativamente, o que se reflete, por exemplo, na seguinte alusão feita por Tácito:
"Eles derivaram seu nome de cristãos de Cristo, o qual, no reino de Tibério, foi sentenciado à morte como um criminoso pelo procurador Pôncio Pilatos." - Tácito, Anais, 15, 44.
Outra prova dessa atitude encontramos num desenho descoberto no palácio imperial, em Roma. Nele está representado um crucificado com cabeça de asno, diante de quem se ajoelha um escravo. Acompanha-a a seguinte inscrição: "Alexamenos adora a seu deus." Essa caricatura nos mostra como reagiam os pagãos ante o cristianismo. Como disse o apóstolo Paulo: "A palavra da cruz é loucura para os que se perdem..." I Coríntios 1:18.

A Cruz: Uma Dimensão do Coração

Em contraste, para os que se salvam, os que aceitaram a Cristo como seu Redentor, a cruz é poder de origem divina. Tais pessoas têm uma relação efetiva com Jesus Cristo. Pela fé aceitaram os méritos de Seu sacrifício vicário, e desse modo receberam o perdão de seus pecados e o poder transformador do Espírito Santo. Mais que um grande homem ou um líder judaico, consideram a Cristo como o que é: o Filho de Deus que Se tornou homem para transformar-Se em nosso Salvador pessoal e em nosso Amigo fiel.
Na cruz do Calvário, o Amor e o Egoísmo se encontraram frente a frente.
Por um lado estava Cristo, o Qual havia vivido para consolar e bendizer.
Por outro, Satanás, que em todo o momento havia mostrado perversidade e ódio contra Deus.
E cada ser humano se coloca de um lado ou de outro. Uns se situam à esquerda, junto ao ladrão impenitente. São os incrédulos, os que preferem aferrar-se ao pecado antes que humilhar-se ante Jesus, os que se deixam levar por indiferença ou a "sabedoria" do homem, os que se perdem. Outros se colocam à direita, junto ao ladrão arrependido, aquele que foi salvo pela fé. São os que reconhecem que são pecadores, os que asseguram que Cristo morreu por suas faltas, os que veem em Jesus o Filho de Deus, os que rogam por sua alma com profunda contrição.
As reações daqueles que contemplam a cruz mostram duas dimensões muito distintas do coração, e revelam significativamente qual é sua condição espiritual.
Ao Contemplar o Madeiro
(clique na imagem para a aumentar)     
Em relação com o que estamos mencionando, vem muito ao caso que nos refiramos a Isaac Watts, um compositor de música religiosa do século XVIII. Watts foi um indivíduo muito singular, que deixou profunda influência sobre os que o conheceram ou se familiarizaram com sua obra. Uma pessoa de delicada sensibilidade espiritual, que fez da cruz de Cristo um motivo de louvor e exaltação. Sobre ele disse em certa ocasião o conhecido pregador escocês Wesley, que trocaria todos os seus cânticos - que eram uns seis mil e quinhentos - por tão só um de Isaac Watts.
A que hino se referia Wesley? Que continha esse cântico para que o estimasse de tal maneira?
O hino a que aludia Wesley tinha por título, "Ao Contemplar a Cruz de Cristo". Foi composto nos alvores do século XVIII, e mostra a profunda relação do autor com Cristo crucificado e com o símbolo da cruz.
Que foi que pensou e sentiu esse compositor para chegar a elaborar tão belo cântico? Que contemplou quando olhou para o madeiro?
Que experimentamos, você e eu, ao contemplar com os olhos da alma a Cristo, cravado numa cruz por nossos pecados?

De minha parte, gostaria de acercar-me cada dia mais da cruz de Cristo, e encará-la sempre com o gozo do que confia, do que sabe que esse sacrifício imenso não foi inútil, porque o tem aceite para isso de todo o coração. Quisera depois elevar minha voz e proclamar ao mundo inteiro o Supremo Amor que ali se manifestou. Quisera tanto... e tão pouco posso...

Víctor Armenteros, Professor de Teologia da Universidad Adventista del Plata (UAP), Revista Decisão, Abril 1985, C.P.B.


AO CONTEMPLAR A CRUZ DE CRISTO    (de  Isaac  Watts)



COMO MORREU JESUS

Médico legista dos EUA faz uma inédita autópsia de Cristo e explica, cientificamente, o que ocorreu em Seu corpo durante o calvário.

CALVÁRIO - Após a Sua condenação, Jesus enfrenta 18 horas de tortura até morrer na cruz.


De duas, uma: sempre que a ciência se dispõe a estudar as circunstâncias da morte de Jesus Cristo, ou os pesquisadores enveredam pelo ateísmo e repetem conclusões preconcebidas ou se baseiam exclusivamente nos fundamentos teóricos dos textos bíblicos e não chegam a resultados práticos. O médico legista americano Frederick Zugibe, um dos mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade de Columbia, acaba de quebrar essa regra.

Ele dissecou a morte de Jesus com a objetividade científica da medicina, o que lhe assegurou a imparcialidade do estudo. Temente a Deus e católico fervoroso, manteve ao longo do trabalho o amor, a devoção e o respeito que Cristo lhe inspira. Zugibe, 76 anos, juntou ciência e fé e atravessou meio século de sua vida debruçado sobre a questão da verdadeira causa mortis de Jesus. Escreveu três livros e mais de dois mil artigos sobre esse tema, todos publicados em revistas especializadas, nos quais revela como foi a crucificação e quais as consequências físicas, do ponto de vista médico, dos flagelos sofridos por Cristo durante as torturantes 18 horas de Seu calvário. O interesse pelo assunto surgiu em 1948 quando ele estudava biologia e discordou de um artigo sobre as causas da morte de Jesus. Desde então, não mais deixou de pesquisar e foi reconstituindo com o máximo de fidelidade possível a crucificação de Cristo. Nunca faltaram, através dos séculos, hipóteses sobre a causa clínica de Sua morte.

Jesus morreu antes de ser suspenso na cruz? Morreu no momento em que lhe cravaram uma lança no coração? Morreu de enfarte? O médico legista Zugibe é categórico em responder "NÃO". E atesta a causa mortis: Jesus morreu de paragem cardiorespiratória decorrente de hemorragia e perda de fluídos corpóreos (choque hipovolémico), isso combinado com choque traumático decorrente dos castigos físicos a ele infligidos. Para se chegar a esse ponto é preciso, no entanto, que antes se descreva e se explique cada etapa de Seu sofrimento.

Zugibe trabalhou empiricamente. Ele utilizou uma cruz de madeira construída nas medidas que correspondem às informações históricas sobre a cruz de Jesus (2,34 metros por 2 metros), selecionou voluntários para serem suspensos, monitorizou eletronicamente cada detalhe – tudo com olhos e sentidos treinados de quem foi Patologista-chefe do Instituto Médico Legal de Nova York durante 35 anos. As suas conclusões a partir dessa minuciosa investigação são agora reveladas no livro A crucificação de Jesus – as conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal, recém-lançado no Brasil (Editora Idéia e Ação, 455 págs., R$ 49,90).

"Foi como se eu estivesse conduzindo uma autópsia ao longo dos séculos", escreve o autor na introdução da obra. Trata-se de uma viagem pela qual ninguém passa incólume – sendo religioso, agnóstico ou ateu. O ponto de partida é o Jardim das Oliveiras, quando Jesus se dá conta do sofrimento que se avizinha: condenação, açoitamento e crucificação. Relatos bíblicos revelam que nesse momento "o Seu suor se transformou em gotas de sangue que caíram ao chão". A descrição feita pelo apóstolo Lucas, que era médico, condiz, segundo o legista, com o fenómeno da hematidrose, raro na literatura médica, mas que pode ocorrer em indivíduos que estão sob forte stress mental, medo e sensação de pânico. As veias das glândulas sudoríparas se comprimem e depois se rompem, e o sangue mistura-se então ao suor que é expelido pelo corpo.

DEPOIS DA CRUZ - Jesus morreu de paragem cardiorespiratória.

Fala-se sempre das dores físicas de Jesus, mas o Seu tormento e sofrimento mental, segundo o autor, não costumam ser lembrados e reconhecidos pelos cristãos: "Ele foi vítima de extrema angústia mental e isso drenou e debilitou a Sua força física até à exaustão total." Zugibe cita um trecho das escrituras em que um apóstolo escreve: "Jesus caiu no chão e orou." Ele observa que isso é uma indicação de Sua extrema fraqueza física, já que era incomum um judeu ajoelhar-se durante a oração. A palidez com que Cristo é retratado enquanto está no Jardim das Oliveiras é um reflexo médico de Seu medo e angústia: em situações de perigo, o sistema nervoso central é acionado e o fluxo sanguíneo é desviado das regiões periféricas para o cérebro, a fim de aguçar a percepção e permitir maior força aos músculos. É esse desvio do sangue que causa a palidez facial característica associada ao medo. Mas esse era ainda somente o começo das 18 horas de tortura. Após a condenação, Jesus é violentamente açoitado por soldados romanos por ordem de Pôncio Pilatos, o prefeito da Judeia. Para descrever com precisão os ferimentos causados pelo açoite, Zugibe pesquisou os tipos de chicotes que eram usados no flagelo dos condenados. Em geral, eles tinham três tiras e cada uma possuía na ponta pedaços de ossos de carneiro ou outros objetos pontiagudos. A conclusão é que Jesus Cristo recebeu 39 chibatadas (o previsto na chamada Lei Mosaica), o que equivale na prática a 117 golpes, já que o chicote tinha três pontas. As consequências médicas de uma surra tão violenta são hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível laceração no baço e no fígado. A vítima também sofre tremores e desmaios. "A vítima era reduzida a uma massa de carne, exaurida e destroçada, ansiando por água", diz o legista.

No final do açoite, uma coroa de espinhos foi cravada na cabeça de Jesus, causando sangramento no couro cabeludo, na face e na cabeça. Também nesse ponto do calvário, no entanto, interessa a explicação pela necropsia. O que essa coroa provocou no organismo de Cristo? Os espinhos atingiram ramos de nervos que provocam dores lancinantes quando são irritados. A medicina explica: é o caso do nervo trigémeo, na parte frontal do crânio, e do grande ramo occipital, na parte de trás. As dores do trigémeo são descritas como as mais difíceis de suportar – e há casos nos quais nem a morfina consegue amenizá-las. Em busca de precisão científica, Zugibe foi a museus de Londres, Roma e Jerusalém para se certificar da planta exata usada na confecção da coroa. Entrevistou botânicos e em Jerusalém conseguiu sementes de duas espécies de arbustos espinhosos. Ele as plantou em sua casa, elas brotaram e cresceram. O pesquisador concluiu então que a planta usada para fazer a coroa de espinhos de Jesus foi o espinheiro-de-cristo sírio, arbusto comum no Oriente Médio e que tem espinhos capazes de romper a pele do couro cabeludo. Após o suplício dessa "coroação", amarraram nos ombros de Jesus a parte horizontal de Sua cruz (cerca de 22 quilos) e penduraram em Seu pescoço o título, placa com o nome e o crime cometido pelo crucificado (em grego, crucarius). Seguiu-se então uma caminhada que os cálculos de Zugibe estimam em oito quilómetros. Segundo ele, Cristo não carregou a cruz inteira, mesmo porque a estaca vertical costumava ser mantida fora dos portões da cidade, no local onde ocorriam as crucificações. Ele classifica de "improváveis" as representações artísticas que O mostram levando a cruz completa, que então pesaria entre 80 e 90 quilos.

            

RELIGIÃO - "Em nenhum momento meu livro contradiz as escrituras. Os meus estudos só reforçaram a minha fé em Deus", diz o legista Zugibe.

Ao chegar ao local de Sua morte, as mãos de Jesus foram pregadas à cruz com pregos de 12,5 centímetros de comprimento. Esses objetos perfuraram as palmas de Suas mãos, pouco abaixo do polegar, região por onde passam os nervos medianos, que geram muita dor quando feridos. Já preso à trave horizontal, Cristo foi suspenso e essa trave, encaixada na estaca vertical. Os pés de Jesus foram pregados na cruz, um ao lado do outro, e não sobrepostos – mais uma vez, ao contrário do que a arte e as imagens representaram ao longo de séculos. Os pregos perfuraram os nervos plantares, causando dores lancinantes e contínuas.

Preso à cruz, Cristo passou a sofrer fortes impactos físicos. Para conhecê-los em detalhes, o médico legista reconstituiu a crucificação com voluntários assistidos por equipamentos médicos. Os voluntários tinham entre 25 e 35 anos e o monitoramento físico incluiu eletrocardiograma, medição da pulsação e da pressão sanguínea. Elétrodos cardíacos foram colados no peito dos voluntários e ligados a instrumentos para testar o stress e os batimentos cardíacos. Todos os voluntários observaram que era impossível encostar as costas na cruz. Eles sentiram fortes cãibras, adormecimento das panturrilhas (barriga das pernas) e das coxas e arquearam o corpo numa tentativa de esticar as pernas.

A partir desse derradeiro, corajoso e ousado experimento realizado por Zugibe, ele passou a discutir o que causou de fato a morte de Cristo. Analisou três teorias principais: asfixia, ruptura do coração e choque traumático e hipovolémico – por isso a importância médica e fisiológica de se ter descrito, anteriormente e passo a passo, o processo de tortura física e psíquica a que Jesus foi submetido.
A teoria mais propagada é a da morte por asfixia, mas ela jamais foi testada cientificamente. Essa hipótese sustenta que a posição na cruz é incompatível com a respiração, obrigando a vítima a erguer o corpo para conseguir respirar. O ato se repetiria até à exaustão e Ele morreria por asfixia quando não tivesse mais forças para se mover. Defende essa causa mortis o cirurgião francês Pierre Barbet, que se baseou em enforcamentos feitos pelo Exército austro-germânico e pelos nazistas no campo de extermínio de Dachau.

Zugibe classifica essa tese de "indefensável" sob a perspectiva médica. Os exemplos do Exército ou do campo de concentração não valem porque os prisioneiros eram suspensos com os braços diretamente acima da cabeça e as pernas ficavam soltas no ar. Não é possível comparar isso à crucificação, na qual o condenado é suspenso pelos braços num ângulo de 65 a 70 graus do corpo e tem os pés presos à cruz, o que lhe dá alguma sustentação. Experimentos feitos com voluntários atados com os braços para o alto da cabeça mostraram que, em poucos minutos, eles ficaram com capacidade vital diminuída, pressão sanguínea em queda e aumento na pulsação. O radiologista austríaco Ulrich Moedder também derruba o raciocínio de Barbet afirmando que esses voluntários não suportariam mais de seis minutos naquela posição sem descansar. Pois bem, Jesus passou horas na cruz.

Quanto à hipótese de Cristo ter morrido de ruptura do coração ou ataque cardíaco, Zugibe alega ser muito difícil que isso ocorra a um indivíduo jovem e saudável, mesmo após exaustiva tortura: "Arteriosclerose e enfartes do miocárdio eram raros naquela parte do mundo. Só ocorriam em indivíduos idosos." Ele descarta a hipótese por falta de provas documentais. Prefere apostar no choque causado pelos traumas e pelas hemorragias. A isso somaram-se as lancinantes dores provenientes dos nervos medianos e plantares, o trauma na caixa torácica, hemorragias pulmonares decorrentes do açoitamento, as dores da nevralgia do trigémeo e a perda de mais sangue depois que um dos soldados lhe arremessou uma lança no peito, perfurando o átrio direito do coração.
Zugibe usa sempre letras maiúsculas nos pronomes que se referem a Jesus e se vale de citações bíblicas revelando a sua fé. Indagado por ISTOÉ sobre a sua religiosidade, ele diz que os seus estudos aumentaram a sua crença em Deus: "Depois de realizar os meus experimentos, eu fui às escrituras. É espantosa a precisão das informações." No final dessa viagem ao calvário, Zugibe faz o que chama de "sumário da reconstituição forense". E chega à definitiva causa mortis de Jesus, em sua científica opinião: "Paragem cardíaca e respiratória, em razão de choque traumático e hipovolémico, resultante da crucificação."

Imagens, e o texto de Natália Rangel da Revista ISTOÉ Independente.




O MARAVILHOSO AMOR DE DEUS

"Que diremos disto? Se Deus está por nós, quem poderá estar contra nós?
Ele que não nos recusou o Seu próprio Filho mas O ofereceu por todos nós,
como é que não nos dará tudo com o Seu Filho?

Quem poderá acusar aqueles que Deus escolheu se Deus os declara inocentes?
Quem é que os pode condenar? Será, porventura, Cristo Jesus que morreu, e mais,
que ressuscitou e que ocupa o primeiro lugar junto de Deus, pedindo por nós?

Quem nos poderá separar do amor de Cristo?
O sofrimento, as dificuldades, a perseguição, a fome, a pobreza, os perigos, a morte?

Como diz a Sagrada Escritura:

Por causa de Ti, estamos expostos à morte todos os dias.
Tratam-nos como ovelhas para o matadouro.


Mas em tudo isto nós saímos mais que vencedores, por meio dAquele que nos amou.
Com efeito, eu tenho a certeza que não há nada que nos possa separar do amor de Deus:

Nem a morte, nem a vida; nem os anjos ou outras forças ou outros poderes espirituais;
nem o presente, nem o futuro; nem as forças do alto, nem as do abismo.
Não há nada nem ninguém que nos possa separar do amor que Deus
nos deu a conhecer por nosso Senhor Jesus Cristo."


Tradução Interconfessional em Português Corrente por:

António A. Tavares
António P. R. Júnior
João S. Carvalho
Joaquim C. Neves
José A. Ramos
Teófilo Ferreira

Palavras sábias do grande apóstolo Paulo aos Romanos 8:31-39, um homem académico, tão erudito,
mas tão crente no Senhor Jesus! E tão dinâmico! Que grande exemplo ele é para mim e para muitos...
Excetuando Jesus, é o meu Herói bíblico, sem dúvida.

quinta-feira, 19 de março de 2015

O HOMEM E SEUS FILHOS


"Pode  Ser  Difícil  Para  Alguns  Pais  Não  Terem  um  Filho,
Porém  Muito  Mais  Difícil  é  Para  um  Menino  Não  Ter  um  Pai."
– Sara Gilbert


          

Eu caminhava para meu carro no estacionamento de um shopping center algumas semanas atrás, quando ouvi um uivo alto e veemente.
- Uiiihh! - gemeu uma voz masculina.
Vi, cerca de quinze metros de distância, um homem em grande aflição (e por um motivo muito bom). Seus dedos estavam presos no batente da porta do carro que obviamente fora fechada inesperadamente. Então o resto da história se desenrolou. Agachado no banco da frente encontrava-se um buliçoso garotinho de 3 anos que aparentemente havia resolvido "fechar a porta no papá".
O pai apontava freneticamente os dedos com a mão livre, e dizia: - Oh! Oh! Abra a porta, Chuckie! Eles estão presos... depressa... Chuckie... por favor... abra ... ABRA!
Chuckie finalmente entendeu o recado e destrancou a porta, soltando os dedos azulados do papá. O pai então ficou dando pulinhos pelas alas do estacionamento, alternadamente beijando e afagando a mão contundida. Chuckie permaneceu impassível, sentado no banco da frente do carro, esperando que o "velho" se acalmasse.


Sei que este incidente foi doloroso para o homem que passou por ele, mas tenho de admitir que achei graça. Suponho que a dificuldade dele simbolize o enorme custo de criar filhos. Sim, meu caro, custa muito criar meninos e meninas hoje! Os pais dão o melhor que têm aos filhos, que em geral reagem dando com a porta nos "dedos" deles - especialmente durante os anos ingratos da adolescência. Talvez seja por isso que alguém tenha brincado: "Insanidade é uma doença hereditária. A gente pega dos filhos."

Mas há outra coisa que pegamos dos nossos filhos, para além de amor e significado e propósito e uma oportunidade de dar.
Eles também nos ajudam a manter nosso senso de humor, que é essencial à estabilidade emocional nestes dias tão tensos. Isso me faz lembrar do filho de 11 anos de Anne Ortlund que ela descreveu em seu livro Disciplines of a Beautiful Woman1. Ela havia levado aquele garoto desordeiro ao pediatra para um exame médico de rotina. Antes de o médico atender, entretanto, a enfermeira pesou e mediu o garoto e pesquisou seus antecedentes de saúde.
- Diga-me, D. Anne - perguntou a enfermeira, - como ele está dormindo?
Nels respondeu por si próprio.
- Eu durmo muito bem. - A enfermeira anotou aquilo.
- Como está o apetite dele, D. Anne?
- Eu como tudo - disse Nels. Ela anotou.
- D. Anne, como estão os intestinos dele?
O garoto respondeu:
- A, E, I, O e U.
2

Essas lembranças são inestimáveis para o pai ou mãe que esteja cansado demais para notar. Deixe-me compartilhar mais uma história verdadeira. Um pai me contou recentemente sobre um garoto de 5 anos que estava sentado no vaso sanitário no exato momento em que um terramoto sacudiu o município de Los Angeles em 9 de fevereiro de 1971. O choque foi tão severo que derrubou aquele garoto do vaso. Mas nunca tendo passado por um terramoto antes, ele achou que o estrondo do terramoto havia sido causado por sua própria atividade no banheiro. "O que foi que fiz, mamã?" perguntou ele com espanto inocente.

A família é literalmente um "museu de lembranças" para aqueles que foram abençoados com a presença de crianças. Embora meus filhos já estejam crescidos agora, posso me lembrar de dez mil episódios que estão cuidadosamente preservados em minha mente. As "fitas de vídeo" dos seus primeiros anos estão entre os meus tesouros mais valorizados: mesmo agora, vejo uma garota de 6 anos chegando da escola. Seu cabelo está desgrenhado e uma meia está caída ao redor do tornozelo. É óbvio que ela esteve a rodar de cabeça para baixo no parquinho da escola. Ela pede um copo de leite e senta-se à mesa da cozinha, inconsciente da ternura e do amor que sinto por ela naquele momento. Depois ela sai correndo para brincar.

Outra "fita" começa a rodar. Vejo um garotinho de 4 anos com um curativo no joelho e migalhas de pão no rosto. Ele aproxima-se da minha cadeira e pede para se sentar no meu colo.
- Desculpe - respondo. - Só há um menino no mundo que pode subir no meu colo quando quiser.
- Quem é? - replica ele.
- Oh, você não o conhece. É um garoto chamado Ryan.
- Mas meu nome é Ryan!
- Sim, mas o garoto de quem estou falando tem cabelos loiros e olhos azuis.
- Você não está vendo meus cabelos loiros? E meus olhos são azuis.
- Sim, mas muitos meninos têm tudo isso. O único garoto que pode subir no meu colo é o meu filho... meu único filho... que eu amo.
- Ei, sou eu! Eu sou seu filho. Meu nome é Ryan. E estou subindo!
Essa brincadeira foi feita durante sete anos, e ainda tem significado.


Mas posso ouvir meus leitores dizendo:
- Você é apenas um sentimental!
- Pode apostar que sou mesmo! - respondo. Não tenho vergonha de admitir que me importo com as pessoas, e que sou mais vulnerável às da minha própria família. Desfrutei cada fase da vida dos nossos dois filhos e gostaria que eles (e nós) pudessem permanecer jovens para sempre.
Não fomos apenas Shirley e eu que apreciámos os anos de desenvolvimento. Danae e Ryan aparentemente compartilharam essa apreciação. Nossa filha, especialmente, amou cada aspecto da infância e tem tido muita relutância em deixá-la. Seus discos e animais de peluche e seu quarto têm sido muito valiosos para ela desde que era pequena. Da mesma forma ela sentou-se no colo do Papai Noel por mais quatro anos mesmo depois de ficar sabendo que ele era uma farsa. Mas, que pena, ela fez 13 anos e começou a ouvir a batida de outros tambores.
Mais ou menos um ano depois, ela recordou os brinquedos e discos, fazendo uma pilha bem arrumada e deixando-os na frente da porta do quarto de Ryan. Em cima estava um bilhete que Shirley me levou com lágrimas nos olhos. Dizia:
Querido Ryan: Estes agora são seus. Cuide bem deles como tenho feito.
Com amor,
Danae

          

Aquela breve mensagem indicava o fechar da porta chamada "Infância". E uma vez fechada, não há força na terra que a possa abrir de novo. É por isso que os anos da primeira infância e da idade escolar devem ser vistos como oportunidades fugazes. Contudo, esse período incalculável de influência em geral ocorre numa época em que os pais estão menos acessíveis aos filhos. Eles estão tentando se estabelecer em suas ocupações, competindo e correndo e ofegando e bufando, arrastando para casa uma pasta cheia até o topo de trabalho a fazer à noite, disparando para o aeroporto a fim de apanhar o último avião para outro lugar, pegando um segundo emprego para pagar aquelas contas das férias, e finalmente desabando sobre a cama num estado de exaustão total. Outro dia se passou, sem nenhum diálogo entre papá e seu garotinho ou garotinha pronto para aprender.
Certa mãe me contou que ouviu seu filhinho pré-escolar conversando com outro garoto de 4 anos nos degraus da frente.
- Onde está o seu pai? - perguntou. - Eu nunca o vi.
- Oh, ele não mora aqui - veio a resposta. - Apenas dorme aqui.

Sem querer amontoar culpa sobre as cabeças de meus leitores masculinos, preciso dizer que há pais demais que apenas dormem em suas casas. Como resultado, abdicaram totalmente de suas responsabilidades de liderança e influência na vida dos filhos. Citei um estudo em meu livro anterior O Que as Esposas Desejam Que Seus Maridos Saibam a Respeito das Mulheres, que documentou o problema de pais inacessíveis.
Deixe-me citar o que tirei daquela fonte:
Um artigo na revista Scientific American intitulado "As Origens da Alienação", por Urie Bronfenbrenner descreve bem os problemas que confrontam as famílias hoje. O Dr. Bronfenbrenner é, na minha opinião, a mais proeminente autoridade em desenvolvimento infantil nos Estados Unidos hoje, e suas opiniões devem ser consideradas cuidadosamente. Nesse artigo, o Dr. Bronfenbrenner discutiu a deterioração da posição da família americana e as forças que estão enfraquecendo sua coesão. Mais especificamente, ele está preocupado com as circunstâncias que estão solapando o amor dos pais e privando os filhos da liderança e amor que precisam ter para sobreviver.
Uma dessas circunstâncias é muito conhecida como a "dança da vida". O Dr. Bronfenbrenner descreveu o problema desta forma: "As exigências de um emprego que exige o horário das refeições, noites e fins-de-semana além dos dias; as viagens e mudanças necessárias para progredir ou simplesmente conservar o que já se conseguiu; o tempo cada vez maior gasto indo e vindo do trabalho, entretendo, saindo, cumprindo obrigações sociais e comunitárias... tudo isto produz uma situação na qual a criança frequentemente passa mais tempo com uma babá passiva do que com um pai ou mãe participante."
Segundo o Dr. Bronfenbrenner, essa dança da vida é particularmente incompatível com as responsabilidades paternas, como ilustra uma recente investigação que produziu resultados chocantes. Uma equipe de pesquisadores queria saber quanto tempo os pais da classe média passavam brincando e interagindo com os filhos pequenos. Primeiro, pediram a um grupo de pais que avaliasse o tempo gasto com seus filhinhos de 1 ano, cada dia, e receberam uma resposta média de 15 a 20 minutos. Para averiguar essas alegações, os investigadores prenderam microfones nas camisas das crianças pequenas com o intuito de gravar a verbalização real dos pais. Os resultados desse estudo são chocantes: A quantidade média de tempo gasto por esses pais de classe média com os filhos pequenos era de 37 segundos por dia! Sua interação direta estava limitada a 2,7 contactos diários, que duravam de 10 a 15 segundos cada! Essa, pelo que parece, representa a contribuição dos pais a milhões de crianças americanas!
Comparemos as interações de 37 segundos entre pais e filhos pequenos com outra estatística. O pré-escolar médio assiste de 30 a 50 horas de televisão por semana (os números variam de um estudo para outro.) Que quadro incrível é pintado por essas duas estatísticas! Durante os anos de formação da vida, quando as crianças são tão vulneráveis às suas experiências, estão recebendo 37 segundos por dia dos pais, e 30 ou mais horas por semana da televisão comercial! Será preciso perguntar de onde nossas crianças estão tirando seus valores?
Observou alguém: "Os valores não são transmitidos aos nossos filhos: são contraídos por eles," É verdade. Raramente conseguimos fazer com que o Zezinho ou a Mariazinha se sentem pacientemente numa cadeira enquanto lhes pregamos/falamos sobre Deus e outras questões importantes da vida. Pelo contrário, eles estão equipados com "motores" internos que são incapazes de funcionar em marcha lenta. Sua transmissão consiste de apenas seis marchas: correr, saltar, subir, rastejar, escorregar e mergulhar. Meninos e meninas simplesmente não têm a fiação certa para conversas calmas sobre tópicos pesados.
Como, então, pais conscienciosos transmitem suas atitudes e valores e fé aos filhos? Isso é feito subtilmente, através das interações rotineiras da vida cotidiana. Vimos esse fato ilustrado em nossa própria casa quando Danae estava com 10 anos de idade, e Ryan 5.

Dávamos uma volta de carro quando passámos na frente de um cinema de filmes pornográficos. Creio que o nome daquele filme particular era bem sugestivo e sensual. Danae, que estava sentada na frente, apontou o cinema e falou:
- Aquele é um filme sujo, não é, papá?
Acenei afirmativamente com a cabeça.
- É isso que eles chamam de filme proibido para menores? - perguntou ela.
De novo, indiquei que ela estava certa.
Danae pensou durante um ou dois instantes e depois disse:
- Filmes sujos são realmente ruins, não são?
- Sim, Danae - respondi. - Filmes sujos são muito ruins.
A conversa toda durou menos de um minuto, consistindo de três breves perguntas e três respostas. Ryan, que estava no banco de trás, não participou de nossa discussão. De fato, conjeturei o que ele pensou sobre o diálogo, e concluí que provavelmente não estava ouvindo.
Mas eu estava enganado. Ryan ouviu a conversa e aparentemente continuou pensando sobre ela por diversos dias. Mas o engraçado é que Ryan não sabia o que era um "filme sujo". Como podia um garoto de 5 anos saber o que acontece nesses lugares se ninguém jamais conversara com ele sobre pornografia? Não obstante, ele tinha ideias próprias sobre o assunto. Esse conceito me foi revelado quatro noites depois, no fim do dia.
Ryan e eu nos colocámos de joelhos para fazer a sua oração antes de dormir, e o pré-escolar espontaneamente voltou àquela conversa do começo da semana.
"Querido Senhor", começou ele muito sério, "me ajude a não ir ver nenhum filme sujo... onde todo o mundo fica cuspindo no outro."
Para Ryan, a coisa mais suja que ele podia imaginar seria uma farra salivar. Isso seria sujo, tive de admitir.


Mas também tive de reconhecer com que casualidade as crianças assimilam nossos valores e atitudes. Sabe, eu não tinha como antecipar aquela breve conversa no carro. Não foi minha intenção deliberada passar meus conceitos sobre pornografia a meus filhos. Como foi que eles aprenderam mais uma dimensão do meu sistema de valores naquela manhã? Isso ocorreu porque por acaso estávamos juntos... para estarmos conversando uns com os outros. Esses tipos de interações subtis, não planejadas, são responsáveis por muito da instrução que passa de uma geração para a outra. Ela é uma força poderosa para moldar vidas jovens, se! Se pais e mães estiverem de vez em quando com os filhos; se tiverem a energia para conversar com eles; se tiverem algo de valor para transmitir; se se importarem.

          

O que estou querendo mostrar é que o estilo de vida esbaforido que temos em nosso país é particularmente oneroso para as crianças. Contudo, 1,8 milhões de jovens chega em uma casa vazia depois que voltam da escola. Eles são chamados de garotos "da chave" porque usam as chaves da porta da frente penduradas ao pescoço. Não apenas seus pais estão sobrecarregados de compromissos e trabalho, mas agora, suas mães estão energicamente buscando realização no mundo do trabalho. Então, quem fica em casa com as crianças? É muito comum a resposta ser: ninguém.
Uma música popular retrata com muita beleza o custo do excesso de compromissos na vida da família. Ela foi escrita por Sandy e Harry Chapin, que lhe deram o título de: "O Gato Está no Berço", tirado de rimas infantis.

O Gato Está no Berço

Meu filho chegou pouco tempo atrás, veio ao mundo como todo mundo faz.
Mas havia aviões para tomar e contas para pagar.
Enquanto eu estava fora, ele aprendeu a andar e estava falando
antes de eu saber o que acontecia, e ao crescer dizia:
- Vou ser como você, pai, você sabe que vou ser como você.

E o gato está no berço e a colher de prata, o garoto de azul e o homem na lua.
- Quando você virá para casa, papá?
Não sei quando, não, mas ficaremos juntos então, você sabe que nos divertiremos muito.

Meu filho fez 10 anos pouco tempo atrás e disse: Obrigado pela bola, pai, vamos jogar,
você me ensina a chutar? - Hoje não, disse eu, tenho muito o que fazer.
Tudo bem, ele falou, e se foi, mas o sorriso continuou, dizendo:
Vou ser como ele é, sim, você sabe que vou ser assim.

E o gato está no berço e a colher de prata, o garoto de azul e o homem na lua.
- Quando você virá para casa, papá?
- Não sei quando, não, mas ficaremos juntos, então, você sabe que nos divertiremos muito.

Bem, ele voltou da faculdade pouco tempo atrás parecendo tanto um homem que eu tive de falar:
- Filho, me orgulho de você, venha conversar.
Ele meneou a cabeça, sorriu e falou: - O que realmente quero, pai,
se puder me emprestar, é a chave do carro, vejo você depois.

- Quando você vem para casa, filho?
- Não sei quando, não, mas ficaremos juntos, então, você sabe, que nos divertiremos muito.

Já faz tempo que me aposentei, meu filho se mudou. Liguei para ele outro dia mesmo.
Disse que gostaria de ver você, se não se importa.
Gostaria muito, pai - ele falou - se arranjar tempo.

Sabe, meu novo emprego está difícil e a criançada doente, mas foi muito bom
falar com você, pai, foi bom mesmo falar com você.
Ao desligar o telefone refleti - ele havia crescido igualzinho a mim; meu filho é como eu.

E o gato está no berço e a colher de prata, o garoto de azul e o homem na lua.
- Quando você virá para casa, filho?
- Não sei quando, não, mas ficaremos juntos então, pai, você sabe que nos divertiremos muito.


Será que essas palavras enfiam a carapuça em alguém mais, além de mim? Você tem sentido os anos passando rápido com número excessivo de promessas não cumpridas feitas a seus filhos? Você já se pegou dizendo:
Filho, temos falado daquele carrinho que vamos construir um destes sábados, e quero que você saiba que não me esqueci. Mas não podemos este fim-de-semana porque tenho de fazer uma viagem inesperada. Entretanto, nós vamos construí-lo um dia destes. Não tenho certeza de que pode ser no próximo fim-de-semana, mas continue a me relembrar e um dia vamos acabar trabalhando juntos. E vou levar você para pescar também. Eu amo pescar e sei de um riozinho que está pululando de tilápia na primavera. Mas este está sendo um mês muito ocupado para sua mãe e para mim, por isso vamos continuar fazendo planos e antes que você perceba, vai chegar a hora.

Então os dias logo se transformam em semanas, e as semanas viram meses e anos e décadas... e nossos filhos crescem e saem de casa. Então nos sentamos no silêncio de nossas salas, tentando relembrar as preciosas experiências que nos escaparam ali. Ressoando em nossos ouvidos está aquela frase inquietante: "Nós nos divertiremos... muito..."
Oh, sei que estou acrescentando um bocado de culpa ao seu prato com estas palavras. Mas talvez precisemos ser confrontados com as questões importantes da vida, mesmo que elas nos façam sentir certo desconforto. Ademais, sinto-me na obrigação de falar em favor de milhões de crianças em todo o mundo que estão buscando pais que não estão presentes. Os nomes de meninos e meninas específicos me vêm à mente enquanto escrevo estas palavras, simbolizando as multidões de crianças solitárias que experimentam a agonia de necessidades não satisfeitas. Deixe-me apresentar-lhe duas ou três dessas crianças cujos caminhos cruzei.
Penso primeiro na mãe que me abordou após eu ter dado uma palestra há alguns anos. Ela havia sustentado o marido enquanto ele cursava a faculdade e a escola de medicina, só para vê-lo divorciar-se dela em favor de uma jovenzinha frívola. Ela ficou ali, com lágrimas nos olhos ao descrever o impacto que a partida do marido teve sobre seus dois filhos.
- Eles têm saudades do pai todos os dias - falou ela. - Não entendem porque ele não vem vê-los. O mais velho, especialmente, quer tanto o pai que se apega a todo homem que entra em nossas vidas. O que posso dizer a ele? Como posso satisfazer as necessidades que o menino tem de um pai? Que cace e pesque e jogue bola e patine com ele e o irmão? Está partindo meu coração vê-los sofrer tanto.
Dei algumas sugestões àquela mãe e ofereci minha compreensão e apoio. Na manhã seguinte falei pela última vez em sua igreja. Após o culto, fiquei na plataforma enquanto uma fila de pessoas esperavam para se despedir de mim e me cumprimentar. Ali na fila estava a mãe com os dois filhos.
Eles me cumprimentaram sorrindo e troquei um aperto de mão com o menino mais velho. Então aconteceu algo de que não me lembrei até estar de volta a Los Angeles. O menino não largou a minha mão! Ele a agarrou com força, impedindo-me de saudar outras pessoas que me cercavam. Para tristeza minha, percebi depois que eu havia inconscientemente segurado seu braço com minha outra mão, puxando e soltando a que ele prendia. Sentado no avião, percebi toda a implicação daquele incidente. Sabe, aquele rapazinho precisava de mim. Ele precisava de um homem que pudesse tomar o lugar do pai renegado. E eu falhara para com ele, exatamente como todos os outros. Agora tudo o que me resta é a lembrança daquela criança que disse com os olhos: "Será que você pode ser um pai para mim?"!

Outra criança encontrou lugar permanente em minha lembrança, embora eu nem mesmo saiba seu nome. Eu esperava para tomar um avião no Aeroporto Internacional de Los Angeles, divertindo-me com minha atividade favorita de "observar pessoas". Mas estava despreparado para o drama que se desenrolaria. Perto de mim encontrava-se um senhor idoso obviamente esperando alguém que deveria ter estado no avião que chegara minutos antes. Ele examinava cada rosto atentamente à medida que os passageiros passavam por ali. Achei que ele parecia inusitadamente perturbado enquanto esperava.
Então vi a garotinha que estava ao seu lado. Ela devia ter 7 anos de idade e também procurava desesperadamente certo rosto na multidão. Raramente vi uma criança mais ansiosa do que aquela belezinha de menina. Ela se agarrava ao braço do velho, que presumi ser seu avô. Então, quando os últimos passageiros saíram, um a um, a garota começou a chorar silenciosamente. Ela não estava apenas desapontada naquele momento: seu coraçãozinho estava partido. O avô também parecia estar lutando contra as lágrimas. Na verdade, ele estava aborrecido demais para consolar a criança, que então enterrou o rosto na manga do casaco surrado do avô.
Oh, Deus!" orei silenciosamente. "Que agonia especial eles estão passando nesta hora? Foi a mãe da criança que a abandonou nesse dia doloroso? Será que seu pai prometeu vir e depois mudou de ideia?"
Meu grande impulso foi o de atirar os braços ao redor da garotinha e protegê-la do horror daquela hora. Eu queria que ela derramasse a sua dor na proteção do meu abraço, mas temi que minha intrusão pudesse ser mal compreendida. Por isso fiquei observando impotente. Então o velho e a criança ficaram ali em silêncio enquanto os passageiros de dois outros aviões desembarcavam, mas a ansiedade em seus rostos se havia transformado em desespero. Finalmente, eles caminharam lentamente pelo terminal na direção da porta. O único som que faziam era o arrastar de pés da garotinha que lutava para controlar as lágrimas.
Onde está essa criança agora? Só Deus sabe.

Se o leitor tiver mais um pouco de paciência comigo, preciso apresentar-lhe mais uma criança cuja experiência familiar se tornou tão comum no mundo ocidental. Eu esperava num hospital por notícias sobre a condição do coração de meu pai, após ele ter sofrido um enfarte em setembro. Ali, na sala de espera, havia uma revista, Garota Americana, que chamou minha atenção. (Eu devia estar muito desesperado por algo para ler para ter recorrido a uma revista dessas.)
Abri na página da frente e imediatamente vi uma composição escrita por uma garota de 14 anos chamada Vicki Kraushaar. Ela havia submetido sua história para publicação na seção da revista intitulada "Por Você". Deixarei que Vicki se apresente e descreva sua experiência.

           

É Assim Que A Vida É Às Vezes

Quando eu tinha 10 anos, meus pais se divorciaram. Naturalmente meu pai me contou a respeito, porque ele era o meu favorito. (Observe que Vicki não disse: "eu era a favorita dele".)
- Benzinho, sei que tem sido meio ruim para você estes últimos dias, e não quero piorar as coisas. Mas há algo que preciso de lhe contar. Meu bem, sua mãe e eu nos divorciámos.
- Mas, papá...
- Sei que você não quer isto, mas tem de ser feito. Sua mãe e eu simplesmente não nos entendemos como antes. Já fiz as malas e o avião sai em meia hora.
- Mas, papá, por que você tem de ir embora?
- Bem, querida, sua mãe e eu não podemos mais viver juntos.
- Eu sei, mas quero dizer por que você tem de sair da cidade?
- Oh! Bem, tenho alguém esperando por mim em outro estado.
- Mas, papá, verei você de novo?
- Claro que sim, meu bem. Arranjaremos algumas oportunidades.
- Mas o quê? Quero dizer, você vai estar morando lá longe e eu estarei morando aqui?
- Talvez sua mãe concorde que você passe comigo duas semanas no verão e duas no inverno.
- Por que não mais vezes?
- Não acho que ela vá concordar com duas semanas no verão e duas no inverno, quanto mais outras ocasiões.
- Bem, não custa tentar.
- Eu sei, querida, mas temos de arranjar isso mais tarde. Meu avião sai em vinte minutos e tenho de chegar ao aeroporto. Agora vou apanhar minha bagagem e quero que você vá para o seu quarto para não ter de me ver. E nada de longas despedidas também.
- Está bem, papá. Até logo. Não se esqueça de escrever.
- Não esqueço. Até logo. Agora, vá para o seu quarto.
- 'Tá bem. Papá, não quero que você vá!
- Eu sei, benzinho. Mas tenho de ir.
- Porquê?
- Você não entenderia.
- Entenderia, sim.
- Não, não entenderia.
- Ora, então até logo.
- Até logo. Agora vá para o seu quarto. Depressa.
- Está bem. Ora, acho que é assim que a vida é às vezes.
- Sim, meu bem. É assim que a vida é às vezes.
Depois que meu pai saiu por aquela porta, nunca mais tive notícias dele.


Vicki fala eloquentemente por um milhão de crianças americanas que ouviram essas palavras devastadoras: "Meu bem, sua mãe e eu vamos nos divorciar." Por todo o mundo, maridos e esposas estão correspondendo ao ataque da mídia que insiste com eles e os encoraja a fazerem o que quiserem, perseguir desejos impulsivos sem consideração pelo bem-estar de suas famílias.
"As crianças se acostumarão", é a desculpa.
Toda a forma de comunicação em massa parecia mobilizada para difundir a filosofia do "eu primeiro" durante a década de 70 e o início da de 80. Frank Sinatra disse-o musicalmente com a canção: "Fiz as coisas a meu modo." Sammy Davis, Jr., ecoou o sentimento em "Tenho de Ser Eu". Robert J. Ringer forneceu a versão literária em Cuidando do Número Um, que se transformaria em um dos livros mais vendidos nos Estados Unidos por quarenta e seis semanas. Ele foi ladeado por Casamento Aberto, Divórcio Criativo, e Dando um Jeito Sozinho, entre centenas de outros best sellers perigosos.

Tudo parecia muito nobre na época. Era chamado de "descoberta do ser pessoal", e oferecia uma intoxicante atração aos nossos desejos impuros e egoístas. Mas quando essa filosofia insidiosa tinha penetrado sorrateiramente, nosso sistema de valores começou a nos apodrecer de dentro para fora. Primeiro, ela encorajou um flerte insignificante com o pecado (talvez com um homem ou mulher de outro estado), seguido pela paixão e encontros sexuais ilícitos, seguido por mentiras e engano para camuflar a realidade, seguido por palavras iradas e noites sem dormir, seguido por lágrimas e angústia, seguido por desmoronamento da auto-estima, seguido por advogados e tribunais de divórcio e acordos sobre propriedades, seguidos por audiências devastadoras pela guarda dos filhos. E do fundo desse turbilhão, podemos ouvir o clamor de três crianças feridas - duas meninas e um menino - que jamais se recuperarão plenamente.

"Então a Cobiça, Depois de Haver Concebido, Dá à Luz o Pecado; e o Pecado, Uma Vez Consumado, Gera a Morte" (Tiago 1:15).

Para não dar a impressão de me achar o bom e de estar "pregando", deixe-me focalizar o holofote penetrante em minhas próprias inadequações. Conquanto nunca tenha tido um caso amoroso, nem jamais vá ter, certamente já houve vezes em que permiti que o excesso de compromissos roubassem de meus filhos o meu envolvimento. Revelarei os detalhes no capítulo seguinte para aqueles que se dispuserem a continuar.
Meu pai sempre citava o poema infantil "O Menino de Azul" para mim quando eu era pequeno. Esse poema sempre foi um dos meus prediletos, mas assumiu novo significado desde o nascimento de meus filhos.

O Menino de Azul

O cachorrinho de brinquedo está coberto de pó, mas forte e firme se posta;
e o soldadinho de brinquedo está vermelho de ferrugem, e a espingarda embolora em suas mãos.
Houve um tempo quando o cachorrinho de brinquedo era novo, e o soldado bem bonito;
E era quando nosso Menino de Azul os beijava e colocava ali.

"Olhe, não vá embora enquanto eu não chegar", disse ele, "e não faça barulho nenhum!"
Assim, caminhando até sua bicama ele sonhou com os lindos brinquedos;
E, enquanto sonhava, o canto de um anjo acordou o nosso menino de Azul -
Oh! Os anos são tantos, os anos são longos, mas os amiguinhos de brinquedo, fiéis.

Sim, fiéis ao Menino de Azul eles estão, cada um no mesmo antigo lugar
esperando o toque de uma mãozinha, o sorriso de um rostinho;
E cismam, enquanto esperam por longos anos no pó daquela cadeirinha.
O que aconteceu com nosso Menino de Azul desde que os beijou e colocou ali?

Eugene Field (1850-1895).

Nota da tradutora (Wanda de Assumpção):
1 - Traduzido para o português como Formosura Feminina, mas já esgotado.
2 - Em inglês, a palavra "intestinos" é parecida com a palavra "vogais".

Dr. James Dobson, Psicólogo e fundador em 1977 de Focus on the Family; em 1967 recebeu o seu doutoramento em Psicologia pela University of Southern California e serviu no corpo docente da Universidade Keck School of Medicine por 14 anos. É autor de vários livros. Texto retirado de Conversa Franca - "Um bate-papo imperdível sobre o papel do homem no relacionamento familiar", Editora Mundo Cristão. Pode ver também em http://en.wikipedia.org/wiki/James_Dobson

(Gosto e costumo sublinhar para realçar algumas partes dos textos, que venho apresentando nos blogs, que considero mais importantes. Neste caso, como sublinharia TUDO... optei por não sublinhar nada. Não consigo escolher algumas partes... Esse trabalho fica com cada um de vós, para vós. Sou fã deste excelente senhor, Grande Pai e Marido, que para além de escrever muito bem, escreve sobre valores, princípios, aquilo que o mundo mais precisa e está cada vez com mais falta! E quanto mais jovem se é, mais perdido e confuso se fica, e mais angustiado e revoltado também. Depois vêm os grandes problemas que entristecem a todos, em todo o mundo. E o pior, ou melhor..., é que a situação já não tem volta a dar. As profecias da Bíblia estão a cumprir-se a olhos vistos... Como dizia há dias numa postagem do seu blog Criacionismo, Links 1R, Michelson Borges: "Precisamos reconhecer que Deus e Seu plano de redenção são a única solução para este mundo que agoniza. O resto são apenas paliativos." Pensemos seriamente na nossa preparação para esse extraordinário evento divino, o maior alguma vez visto, que não falhará, acontecerá mesmo, quer queiramos quer não! E. E.)





Duas Lindas Mensagens que o Roberto Carlos Agradeceria ao Senhor se Conhecesse. E Poderiam Fazê-lo Mais Feliz.
Fazem Grande Diferença na Nossa Vida... Trazem Mais Paz e Alegria!



     

                                         Orar é como conversar com um amigo               São João mudou de 'filho do trovão' para 'discípulo do amor'

http://www.ministeriobullon.com/pt/ - Também em Links 1R

domingo, 8 de março de 2015

Felicidade  e  Tranquilidade
é
Crer,  Confiar  e  Amar  o  Deus  Criador!


       

CAROLINE HERSCHEL

Caroline Lucretia Herschel foi uma notável cristã que se tornou famosa pelas suas contribuições no campo da Astronomia. Ela nasceu em Hanover, Alemanha, no dia 16 de março de 1750.
Seu pai, Isaac Herschel era um músico pobre (tocava oboé) que dividia o tempo entre os concertos da Sinfónica e como jardineiro de ricas mansões, pois o salário da orquestra não era suficiente para sustentar toda a família.
Sua mãe, Anna Isle Moritzen Herschel, era dona de casa e tinha a tremenda obrigação de cuidar de Caroline e de seus cinco irmãos (quatro meninos e uma menina). A família, apesar de pobre, era muito feliz. Isaac Herschel era um pai dedicado e queria ver seus filhos bem encaminhados na vida adulta, por isso insistia para que todos tivessem uma boa cultura. Seu desejo era fazer deles verdadeiros músicos profissionais, que não precisassem viver de outra coisa senão da música, então encorajava-os a estudar matemática, francês e, é claro, música erudita.
Dona Anna concordou com a ideia de seu marido, mas não achava necessário incluir as duas meninas no programa de estudos. O pai, no entanto, queria todos estudando. Caroline era a que mais demonstrava sede de conhecimento. Só que havia um pequeno problema: ela não queria aprender música, queria ser astrónoma.
As chances de Caroline se tornar uma cientista eram quase nulas. Primeiro por ser pobre, segundo por ser mulher e, terceiro, por uma tragédia que lhe aconteceu quando tinha apenas dez anos de idade. Com os poucos recursos da medicina as doenças se propagavam com muita rapidez e Caroline contraiu tifo. Essa enfermidade comprometeu seu crescimento, e ela já não se sentia bela o suficiente para se casar com alguém. Como dizem os seus biógrafos, essa doença fez com que Caroline se tornasse uma pessoa com muitos problemas de auto-estima.
De fato, ela jamais se casou, nem sequer foi pedida em namoro por ninguém, mas não deixou que seu complexo de inferioridade fosse maior que sua vontade de ser feliz. Caroline nunca se sentiu solitária, pois era uma pessoa tão agradável que viveu cercada de amigos e, ao morrer, deixou um número enorme de admiradores, inclusive dentro do ambiente universitário no qual, posteriormente, viveu.

Saindo de Casa
A oportunidade para Caroline estudar surgiu quando o seu irmão William saiu de casa para se tornar músico em Bath - Inglaterra. Ele foi bem sucedido por lá e acabou convidando a irmã para ir morar com ele. Dona Ana, que era mais protetora, evidentemente foi contra a ideia. Mas Caroline já tinha 22 anos e seu pai não se opôs em dar à filha essa oportunidade de se desenvolver noutro país.
Assim, ela partiu para a Inglaterra em 1771, para começar uma vida totalmente nova, cheia de expectativas e temores.
No início, William limitou-se a ensiná-la a falar o inglês e insistir com seu aprimoramento, como fazia seu pai na Alemanha. Depois deu-lhe algumas aulas de canto e conseguiu que ela fosse contratada pelo Coral Municipal de Bath para cantar no naipe de sopranos.
Caroline teve uma grande surpresa, quando descobriu que seu irmão era também um apaixonado pela Astronomia. E mais, ele tinha um salário muito bom na orquestra de Bath, o que lhe permitia o privilégio de dedicar uma parte do tempo ao estudo dos astros. Juntos, Caroline e William, começaram a se envolver cada vez mais no campo astronómico, a ponto de ambos abandonarem a carreira de músicos.

Trabalhando Como Assistente
O pai de Caroline não ficou muito satisfeito ao ver seus dois filhos mais promissores abandonarem a carreira musical. No entanto, jamais deixou de incentivá-los a realizarem seus sonhos, e isso foi muito bom.
William tornou-se um destacado construtor de telescópios, que passou a ser a fonte de seu sustento. Caroline trabalhava como auxiliadora e aprendiz. Na verdade, por ser mulher, ela acabava escondida na sombra de William. Seu trabalho era discreto, tedioso e apagado. Muitas vezes o que fazia era limpar o laboratório, anotar as observações do irmão e polir a lente dos telescópios recém-construídos. Foram 10 anos de anonimato, até que Caroline pudesse ter seu potencial reconhecido e sua persistência recompensada.
Em 1781, William tornou-se famoso por ter descoberto o planeta Urano. O rei George III resolveu premiá-lo com uma pensão vitalícia que lhe permitisse trabalhar integralmente como pesquisador em Astronomia. Para surpresa de todos, ele disse que só aceitaria a pensão se os esforços de sua irmã fossem igualmente valorizados, pois sem ela jamais teria descoberto aquele planeta.
O rei aceitou plenamente e Caroline, como seu irmão, passou a receber um salário que lhe permitiu pesquisar mais detidamente o universo das estrelas. Essa foi, aliás, a primeira vez na história da Inglaterra que uma mulher recebeu um reconhecimento oficial pelos seus préstimos à pesquisa científica. Ela, então, tomou um pequeno telescópio que o irmão lhe havia dado e começou a fazer suas próprias anotações, desta vez, separadas das de William.


Observando os Cometas
Caroline iniciou suas pesquisas anotando e calculando a órbita dos cometas. Entre 1781 e 1805 ela conseguiu descobrir nada menos que oito novos cometas, cinco dos quais foi a primeira pessoa a poder observar. Isso, evidentemente, era tão novo e estupendo para ela quanto para a comunidade científica de seu tempo. William, é claro, ficava cada vez mais maravilhado com o progresso contínuo de sua irmã.
Em 1798 Caroline Herschel publica o seu primeiro Catálogo Estelar, que projeta seu nome até mesmo nas grandes universidades da Alemanha. William, por esse tempo, já se havia casado e não mais se dedicava tanto ao estudo astronómico. Com sua morte em 1822, Caroline decidiu que não ficaria mais na Inglaterra e voltaria para Hannover, onde ficaria até ao fim de sua vida.
Em 1828 ela completou um catálogo de 1500 nebulosas e estrelas que havia observado ainda na companhia de seu irmão. Nele havia a descoberta de 14 novas nebulosas, inclusive das famosas Andrômeda e Cetus (ou Beleia), estudadas até hoje pelos cientistas. Por causa desse segundo livro, Caroline recebeu uma medalha de ouro da Sociedade Astronómica de Londres que, quebrando o tabu de só eleger homens, nomeou-a membro honorário daquele comité científico. As Academias Astronómicas Irlandesa e Alemã também seguiram o exemplo britânico, condecorando-a como notável mestre do saber.

Uma Mulher Voltada Para Deus
Caroline Herschel era uma cristã devota que sempre lia a Bíblia e jamais permitiu que cientistas cépticos abalassem sua fé. Acreditava no relato da Criação e não entendia como alguns tentavam separar Deus da Astronomia. Em sua visão, não havia nada melhor do que o Universo para nos mostrar nossa pequenez e o quanto somos dependentes do amor de Cristo.
Quando completou 97 anos de idade, Caroline foi novamente agraciada com inúmeros presentes e muitas visitas vindas de várias universidades europeias. O governo alemão enviou-lhe outra medalha de honra, destacando, sobretudo, a sua graça e simpatia no trato com seus semelhantes. De fato, Caroline Herschel foi uma cristã genuína que amava a Deus e testemunhava de sua fé. Suas biografias testificam a esse respeito.
Quando ela morreu, em 1848, seu corpo foi enterrado na igreja onde passou sua infância e juventude até ir para a Inglaterra. A seu pedido, ela foi descrita em seu epitáfio como alguém que "vivia olhando o céu, pois era ali que estava o mundo melhor". Mundo esse que certamente será visto por todos no dia da volta de Jesus.
Quatro décadas depois, em 1889, os astrónomos resolveram oferecer uma homenagem póstuma a Caroline Lucretia Herschel, dando o seu nome a um planeta menor. Um justo tributo a alguém que, não se importando com as barreiras e, com fé em Deus, se tornou uma das maiores astrónomas que o mundo já conheceu.


Rodrigo P. Silva, licenciado em Filosofia, Teologia, Arqueologia e História in Eles Criam em Deus - Biografias de cientistas e sua fé criacionista, Casa Publicadora Brasileira.

UM SER MAIOR!



"Todo o Trabalho Humano É uma Participação no Grande Mistério Cristão da Criação." Michel Quoist

TANTAS RAZÕES PARA LOUVOR!!!...

A Existência de Vida Inteligente Pressupõe um Criador Inteligente.

Há muitos anos a Ford tinha um slogan de vendas muito chamativo: "Quanto mais de perto nos olhar, melhor lhe pareceremos".
É o que acontece, também, com a criação de Deus. Na realidade, ainda é melhor. Mesmo um carro, acabadinho de sair do stand de vendas, tem certas falhas cosméticas. Mas, quanto mais de perto olharmos para o trabalho das mãos de Deus, mais maravilhas veremos. Da pequenina flor de uma erva qualquer, à beleza estonteante de uma orquídea, quanto mais de perto a olharmos, mais espantados ficaremos.
É verdade, que por vezes a glória da criação de Deus é manchada pelas trágicas consequências do pecado. Mas ainda há uma grandiosidade - uma majestade, uma dignidade, um esplendor - envolvendo os componentes básicos da criação de Deus que nos fazem dizer como David: "Ó Senhor", sim, "Senhor nosso, quão admirável é o Teu nome em toda a terra"! (Salmo 8:1)

O Que 25.000 Cérebros de Galinha Nos Ensinaram

O Dr. Santiago Ramon y Cajal estava perplexo. Como neurobiólogo, tinha descoberto o cone de crescimento no extremo de uma célula nervosa em desenvolvimento, num embrião. Ele chamou-lhe um "aríete" vivo porque parecia forçar o seu caminho em direcção a tecidos específicos.
Mas como é que, perguntava ele, os cones de crescimento sabiam em que direcção deviam ir? Como é que eles fazem as ligações certas? Cerca de 100 anos e 25.000 cérebros de galinha mais tarde, Marc Tessier-Lavigne, da Universidade da Califórnia em São Francisco, encontrou a resposta.
Os tecidos alvo eram quimiotrópicos. É como quando eu treinei duas pombas brancas. Fiz uma linha de sementes de girassol que terminava na palma da minha mão. As pombas debicaram as sementes e pouco depois vinham-me comer à mão. Os tecidos embrionários alvo enviam sinais químicos que atraem os cones de crescimento.
Tessier-Lavigne identificou duas proteínas quimiotrópicas e chamou-lhes, muito apropriadamente, netrin-1 e netrin-2. Netrin vem do sanscrito netr, que significa "aquele que guia".1 Estas proteínas atraem os cones de crescimento na direcção certa.
Foram precisos 25.000 cérebros de galinha para purificar netrin suficiente para as suas experiências.
Encontra-se netrin em muitas espécies, o que demonstra o plano económico do Criador enquanto formava a maravilhosamente complexa maquinaria do crescimento embrionário.
David estava certo quando escreveu: "Entreteceste-me no ventre da minha mãe. Eu Te louvarei, porque de um modo tremendo e tão maravilhoso fui formado". (Salmo 139:13, 14)

O Que a Evolução Não Fez e o Que a Cartilagem de Tubarão Não Pode Fazer

No seu livro "Origem das Espécies", Charles Darwin escreveu: "Se pudesse ser demonstrado que existiu qualquer órgão complexo, que não pudesse de forma alguma ser formado por numerosas sucessivas, pequenas modificações, a minha teoria seria absolutamente desfeita".2 Haverá tal exemplo? Sim!
Se tiver artrite ou se tiver tido uma ameaça de cancro, é provável que alguém bem intencionado lhe tenha dito para ir a uma loja de produtos naturais comprar cartilagem de tubarão. Não desperdice o seu dinheiro. A não ser um questionável estudo cubano patrocinado pelo programa60 Minutes, não há qualquer prova científica de que a cartilagem de tubarão lhe faça bem.
Esta história tem sido dura para os tubarões. Da Ásia à América houve um quase frenesim no consumo de tubarões. O que é que causou tal excitação? Bem, já alguma vez viu um tubarão doente? É provável que não. Eles têm um sistema imunitário bem desenvolvido, muito parecido com o nosso.
Os sistemas imunitários são tremendamente complicados. Há células B que são fabricadas no fígado do feto e mais tarde na medula óssea. Há células T que são fabricadas a partir de células do timo. Há células T "auxiliares" (helper) que correm a ajudar as células B. Há células T D e células T C e células T S, e células da memória que "se lembram" de respostas imunitárias anteriores. E há ainda os fagócitos: monócitos sanguíneos, macrófagos e neutrófilos. A sua função é pegar nos patogéneos e materiais estranhos e reciclar restos de células. A lista é extensa. Todos estes tipos de células reagem de forma coordenada para produzir um sistema imunitário eficiente. É impressionante!
As células T são os fuzileiros do sistema imunitário. Tal como os galeões de tempos idos, velejam nos mares vasculares. Quando o quartel-general (o grande complexo de histocompatibilidade) assinala a aproximação do inimigo, a célula T cerra fileiras. Gira os seus canhões de 10 nanómetros (grânulos armazenados no citoplasma da célula T avançam para enfrentar o invasor), atira os seus arpéus, puxa os inimigos para perto e depois lança granadas letais que provocam grandes buracos no inimigo. As granadas são armadas com perforin - assim chamado, talvez, por perfurar os lados das naus inimigas - e dentro de poucos minutos estão afundadas. Em seguida, a célula T veleja de novo à procura de outros alvos.
O próprio perforin é um produto muito tóxico. Assim, há regras especiais para o seu uso. Por exemplo, só é letal na presença de iões de cálcio. Se for acidentalmente derramado, é inofensivo.
Os tubarões aparecem em cena com sistemas de luta contra doença completamente desenvolvidos. Antes deles não há vestígios de anticorpos ou quaisquer proteínas imunitárias importantes.3 Depois deles tudo está nos seus lugares. Não há provas de que o seu sistema imunitário tenha evoluído. Os tubarões apareceram completamente equipados.
"Ó Senhor, quão variadas são as Tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das Tuas riquezas. Tal como é vasto e espaçoso o mar, onde se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes. ... cantarei louvores ao meu Deus enquanto existir." (Salmo 104:24-33).

O Que as Rochas Não Dizem e o Que as Moscas Não Farão

Stasis é uma palavra corrente no estudo de paleontologia. Não me saía da cabeça na minha última visita ao Museu Royal Tyrrell, em Alberta, Canadá. O que a fez fixar-se na minha mente foram várias coisas expostas que não estavam lá na minha visita anterior.
Uma era um grande bocado de rocha com pegadas de pássaros. O cartaz dizia que as pegadas tinham 130 milhões de anos e eram indistinguíveis das pegadas das aves modernas. Outra era um insecto preso em âmbar que, segundo o museu, tinha 40 milhões de anos.
Também ele era indistinguível dos seus parentes modernos. Depois havia um fóssil: uma tartaruga de carapaça mole com 100 milhões de anos, um peixe-agulha com 77 milhões de anos, um esturjão com 100 milhões de anos. Ao lado de cada foto estavam os seus parentes modernos, idênticos e muito vivos, nadando num tanque para peixes. O testemunho das rochas é stasis - estabilidade - não mudança.

Niles Eldredge foi confrontado com isso quando trabalhava na sua tese de doutoramento há alguns anos atrás. Estava determinado em provar a evolução Darwiniana através da documentação das alterações progressivas através dos milhões de anos numa espécie de braquiópode. Conforme ia coleccionando os seus espécimes, foi confrontado com um inquietante problema: não havia evidências de mudança.
Talvez, pensou ele enquanto examinava os espécimes em laboratório, o microscópio revelasse as alterações que ele procurava. Mas não teve essa sorte. O microscópio foi bem claro: não há alterações.
Darwin culpou a escassez de amostras pela falta de provas da mudança. Mas a investigação moderna demonstrou que onde a evidência de fósseis é mais comum, a evolução está obviamente ausente. Nos locais onde existem novas espécies, é por elas terem emigrado para a zona, e não por terem evoluído.4
Devido a este dilema, Eldredge e Stephen Jay Gould avançaram com uma nova hipótese radical: "punctuated equilibria" (equilíbrio interrompido). O isolamento de espécies, especulavam, despoleta a mudança, mas o isolamento e a escassez de tempo, em termos geológicos, fazem com que a descoberta de formas transitórias seja muito difícil. As mudanças que acontecem em isolamento levam a uma explosão de novas espécies. É uma teoria 'brilhante'... providenciando uma explicação para aquilo que falta.5

Mas será que o equilíbrio interrompido funciona? Pergunte à mosca da fruta, Drosophila melanogaster.
Sendo uma das favoritas da genética, até tem o seu próprio projecto genoma (um estudo da composição genética total). A pequena criatura só mede dois quintos de um milímetro e pesa 1,5 miligramas. Tem uma esperança de vida de 7-10 dias, e reproduz-se, bem..., como todas as moscas. As moscas são o ideal para o trabalho de investigação porque são anatomicamente complexas, fáceis de manejar, a sua manutenção é barata e não são nada esquisitas quanto à alimentação. Todos os laboratórios de universidades que mereçam esse nome têm frascos cheios delas, atarefadas a comer, reproduzir e morrer.
O estudo genético das moscas teve início na Universidade de Columbia, pela mão de T. H. Morgan, que descobriu a primeira mutação em 1910. O estudo de mutagénese com Raio X começou em 1927, e o de mutações químicas em 1946. Milhares de milhares de gerações reproduziram-se em isolamento, mas moscas são moscas. Não apareceram quaisquer criaturinhas novas.
Não é que os cientistas não tivessem procurado por elas; procuraram! As investigações com moscas da fruta no arquipélago Havaiano, onde há 1/3 de todas as Drosophila conhecidas, mostrou que se formaram novas espécies - provavelmente espalhadas pelas outras ilhas por uma fêmea grávida levada pelo vento."6
As pobrezinhas das moscas foram separadas pelo vento nas Ilhas Havaianas durante - dizem as investigações científicas - um mínimo de 6 milhões de anos. Nos laboratórios, durante quase 100 anos, levaram cargas de Raios X e foram injectadas com químicos nocivos e, durante esse tempo produziram milhares de gerações - mas ainda são moscas! Ao manipularem os genes das moscas, os cientistas podem fazer olhos crescer nas asas, e pernas crescer na cabeça, mas ainda são moscas... Os investigadores podem produzir moscas com articulações com artrite, fracas, pigmentadas; podem fazer uma mosca 'condenada' que parece normal mas que começa a morrer imediatamente; podem produzir uma 'mosca seca' com um índice elevado de perda de água. No entanto, ainda são todas moscas! Reproduzem-se de acordo com a sua espécie.
"Não sabes, não ouviste, que o eterno Deus, o Senhor, o Criador...?" (Isaías 40:28)

O Que as Codornizes e os Relógios de Pêndulo Têm em Comum

Vejo-as muitas vezes nos meus passeios. Quatro ou cinco bebés codornizes andando em fila atrás da mãe com as suas cabeças corajosamente erguidas. Parecem confiantes e engraçadinhos - e são todos do mesmo tamanho! Embora os ovos tenham sido postos durante um período de uma semana a 10 dias, todos eles foram chocados ao mesmo tempo. Antes de dizermos mais alguma coisa sobre os pintainhos, vamos dar uma vista de olhos aos ovos em geral. Parecem ser uma coisa tão vulgar, familiar. Mas um ovo fertilizado é uma maravilha viva, complexa, que respira!
Por um momento transforme-se numa molécula e viaje comigo dentro de um ovo. Começaremos pela cutícula, ou casca propriamente dita. A cutícula é feita de colunas de poros de cristais de calcita. Escorregamos por um desses 10.000 poros e aterramos na chamada membrana externa e interna da casca.

A permeabilidade da casca e da membrana é delicadamente equilibrada para fazer face às necessidades do embrião em desenvolvimento. Há uma película muito fina entre as membranas interna e a externa, que serve de sistema respiratório. Cada segundo, perto de 20 triliões de moléculas de oxigénio passam para o ovo e 14 triliões de moléculas de dióxido de carbono são expelidas com cerca de 20 triliões de moléculas de vapor de água. Se entrar demasiado oxigénio, o embrião seca; se for muito pouco, o embrião afogar-se-á. Quando a água se evapora, o oxigénio entra num reservatório especial na parte mais larga do ovo.
No décimo nono dia o pintainho faz um buraco nesse saco e começa a respirar. É chamado "tubagem interna" e prepara os pulmões para a primeira lufada de ar fresco daí a seis horas, quando o pintainho estiver pronto para perfurar a casca e respirar a atmosfera pela primeira vez.
A troca de gases no ovo funciona por difusão e a difusão funciona de acordo com uma lei física descoberta por Adolph Fick em 1855.
A lei, tal como é expressa nos ovos, pode ser assim parafraseada: "A quantidade da difusão de um certo gás através dos poros de uma casca de ovo será em proporção à área de poros na casca e à diferença entre a concentração do referido gás numa extremidade dos poros e a concentração na outra." E depois?
Apenas... isto: Quer seja um ovo de colibri pesando 1 grama ou um ovo de avestruz que pesa 1,3 quilos, as proporções serão as mesmas e as necessidades dos pintos em desenvolvimento serão satisfeitas.

Voltemos às codornizes. A altura do choco, mesmo no seu melhor, é perigosa. E quando os ovos estão prontos a eclodir, a mãe codorniz tem um grande problema. Não tem uma baby-sitter... que possa chamar para se sentar sobre os ovos que ainda não eclodiram enquanto ela procura comida para os pintos prematuros. Os ovos têm de eclodir todos ao mesmo tempo.
Como é que a Natureza se encarrega disso?Pense em Christiaan Huygens, que inventou os relógios de pêndulo. Tinha dois relógios na parede do seu quarto. Confinado à sua cama, um dia, reparou que os pêndulos se moviam em perfeita sincronia. Levantou-se, e dessincronizou-os, e ficou a observar. Dentro de meia hora estavam novamente sincronizados. Christiaan Huygens descobrira um segredo da Natureza chamado "sincronização biológica".
Vejamos os pirilampos, por exemplo. Cada um tem o seu próprio ritmo, mas deixem-nos juntarem-se numa árvore e em breve estarão a emitir luz em perfeita harmonia. Ouça os grilos num anoitecer quente; cricrilam em uníssono. E os sapos coaxam juntos numa poça.

- O nosso coração faz o mesmo. Tem um pacemaker natural. Há um grupo de cerca de 10.000 células chamado nódulo sinusal, que mantém o nosso coração a bater como deve. Maravilhoso!!!

A mesma coisa acontece nos ovos de codorniz. Os pintos são chocados em sincronia. Saem do ovo ao mesmo tempo e o problema da mãe codorniz está resolvido.
Da próxima vez que vir uma pequena codorniz atrás da sua mãe, pense nos relógios de pêndulo de Christiaan Huygens e faça uma oração de louvor ao Criador, que fez as leis da harmonia que possibilitam que as coisas funcionem juntas de forma tão bela.

A Harmonia Que Em Breve Virá

O pecado estragou muito daquilo que Deus criou, mas ainda podemos ver a Sua mão na Natureza. As sincronizações biológicas à nossa volta lembram-nos um dos últimos parágrafos no livro de Ellen White - O Grande Conflito.
Quando as discordâncias do mal forem desenraizadas, então "Uma Pulsação de Harmonia e Felicidade Baterá Através da Vasta Criação. D'Aquele Que Criou Toda a Vida, Luz e Felicidade Até aos Reinos do Espaço Ilimitado. Do Mais Diminuto Átomo ao Maior dos Mundos, Todas as Coisas, Animadas e Inanimadas, na Sua Beleza Sem Sombras e em Perfeita Alegria, Declararão que Deus é Amor."
Essa será a triunfante sincronização final, para "tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos" (Efésios 1:10). MARANATA!!!

Referências:

1. Ver Scientific American, Janeiro 1995, p. 17.
2. Charles Darwin, The Origin of Species (Chicago: Great Books Foundation, 1957), Vol. VII, p. 204.
3. Claro que os invertebrados também têm mecanismos imunitários, mas apenas ao nível molecular. Estes não são perfeitamente compreendidos, mas parecem cumprir algumas das funções dos sistemas baseados em proteínas. Por exemplo, as lectinas unem-se às moléculas do açúcar nas células e formam uma massa pegajosa. É possível que envolvam organismos invasores.
4. Ver a declaração de Gould sobre este assunto em "Dez Mil Actos de Bondade", Natural History, Dezembro 1988, p. 14.
5. Embora Gould seja um crítico declarado da hipótese da Criação, merece ser admirado. O seu intelecto, a sua leitura aberta e, acima de tudo, a sua vontade de lidar honestamente com as evidências dentro dos limites da sua tradição, é admirável.
6. Para um relato completo, ver "Models of Speciation - The Evidence of Drosophila" (Modelos das Espécimes - A Evidência da Drosophila), Nature 289:743.
7. A mãe galinha pode tentar retardar a incubação dos ovos prematuros, mas isto apenas pode ser feito parcialmente e é insuficiente para explicar a sincronização da eclosão dos ovos.

Lyndon McDowell, Pastor e Professor Reformado in Revista ADVENTISTA, Portugal, Março 1999. (Muita sabedoria!!! Apreciei muito este artigo que li e estudei na altura. E.E.)




Que mundo maravilhoso, Vejo árvores verdes e rosas vermelhas também,
Vejo-as florescer para mim e para você, E eu penso comigo mesmo: Mas que mundo maravilhoso!
Eu vejo o céu azul e nuvens brancas, O brilhante dia abençoado, a sagrada noite escura
E eu penso comigo mesmo, Mas que mundo maravilhoso!

As cores do arco-íris, tão bonitas no céu, Estão também nos rostos das pessoas a passar.
Eu vejo amigos se cumprimentando, dizendo: "Como você vai?" Eles estão realmente dizendo: "Eu gosto de ti!"
Eu ouço bebés chorando, eu os vejo crescendo, Eles vão aprender muito mais, do que eu jamais vou saber
E eu penso comigo mesmo, Mas que mundo maravilhoso!
Sim, Eu Penso Comigo Mesmo, Mas Que Mundo Maravilhoso!