segunda-feira, 24 de novembro de 2014

2 - Factos a Considerar Acerca do Vinho no
NOVO TESTAMENTO


A maneira como os apóstolos compreenderam, pregaram e praticaram os ensinos de Jesus e do Velho Testamento acerca das bebidas alcoólicas é fundamental para a nossa posição sobre o assunto como cristãos de hoje.
Os apóstolos e o Novo Testamento ensinam a moderação ou a abstinência?
Fora dos 4 evangelhos, o Novo Testamento contém 13 referências específicas a «vinho», 8 das quais ocorrem no livro de Apocalipse, onde o termo é usado sobretudo simbolicamente para representar tanto a depravidade humana como a retribuição divina. Além destas referências específicas, o Novo Testamento admoesta os cristãos a serem «sóbrios» ou «temperantes» mais de 20 vezes, a maior parte das quais se referem directamente a beber álcool. Examinemos, brevemente, alguns desses 13 textos específicos e também algumas das mais de 20 admoestações à sobriedade.


      

«CHEIOS DE MOSTO»

Os apóstolos mal tinham começado a sua obra quando foram acusados de estar embriagados. No Pentecostes, o 1º grupo de crentes receberam o dom do Espírito Santo, tornando-lhes possível pregar o evangelho nas línguas das pessoas reunidas para a festa em Jerusalém. Milhares creram em Cristo como resultado do milagre, mas outros começaram a escarnecer dos discípulos, dizendo: «Estão cheios de mosto» (Actos 2:13).
Alguns hoje supõem que esta acusação nunca teria sido feita se não se soubesse que os seguidores de Jesus bebiam bebidas alcoólicas pelo menos ocasionalmente. A fraqueza de tal maneira de pensar é que os que atacam outros não baseiam necessariamente a sua acusação em observações concretas de práticas anteriores.
Um argumento mais forte contra a suposição de que a acusação indicava o apoio apostólico para o álcool, encontra-se nas palavras originais. Os que acusaram os primeiros cristãos de estar embriagados não usaram a palavra oinos, «vinho». Em vez disso, usaram a palavra glukos, que é a palavra para o sumo de uva não fermentado. A acusação reveste-se de um tom irónico quando compreendemos as palavras usadas. Os escarnecedores dos apóstolos estavam a dizer: «Estes homens, tão abstémios que não tocam em nada fermentado, embriagaram-se com sumo de uvas!» Ou como Ernest Gordon o apresenta em linguagem moderna, «Estes abstémios estão embriagados com simples refrescos». 1
Quando vemos a acusação sob este ponto de vista sarcástico, ela torna-se uma indicação indirecta, mas significativa, do seu estilo de vida abstémio. Hegesipo, que viveu imediatamente depois dos apóstolos, escreveu: «Tiago, o irmão do Senhor, (que) sucedeu no governo da Igreja juntamente com os apóstolos, ... foi santo desde o ventre de sua mãe; não bebia vinho nem bebida forte, nem comia carne». 2


«NÃO VOS EMBRIAGUEIS COM VINHO»

O apóstolo Paulo dá uma poderosa admoestação contra o vinho, intoxicante, em Efésios 5:18 (versão Almeida revista): «Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito».
Esta antítese sugere que Paulo não considerava o assunto em termos de moderação em vez de excesso, mas sim em termos de estar cheio de vinho em vez de estar cheio do Espírito. A frase implica uma incompatibilidade inerente entre os dois, tanto em sua natureza como em sua operação. Tal incompatibilidade mútua exclui o sancionamento de um uso moderado de vinho intoxicante.
Paulo segue a sua admoestação contra o embriagar-se com uma advertência: «no qual há dissolução». Noutros termos, não é apenas o embriagar-se que constitui dissolução; mas a dissolução encontra-se dentro do próprio vinho.
Historicamente, numerosos tradutores e comentadores têm visto no vinho, mais do que no estado de embriaguez, a causa da dissolução ou luxúria. Entre as antigas traduções, a Vulgata latina (completada por volta do ano 400 da era cristã) toma esta posição. Muitas traduções modernas também seguem a Vulgata na sua fidelidade ao sentido literal grego. Entre estas podemos mencionar a Versão Sinodal francesa, a tradução francesa de David Martin, a versão francesa de Osterwald, a New American Standard Bible em nota marginal, a tradução de Robert Young, a Bíblia alemã das Boas Novas, a versão protestante italiana revista por Giovanni Luzzi, bem como a versão católica italiana (e portuguesa) produzida pelo Pontifício Instituto Bíblico.
À luz das numerosas versões antigas e modernas que têm traduzido a frase de Efésios 5:18 como uma condenação, não da embriaguez mas do próprio vinho, parece que alguns tradutores ingleses escolheram, como observa Ernest Gordon, «salvar o rosto do vinho ao mesmo tempo que condenam a embriaguez». 3


          

«USA DE UM POUCO DE VINHO POR CAUSA DO TEU ESTÔMAGO»

Com frequência o 1º texto que surge ao discutir-se o assunto do vinho na Bíblia é o conselho de Paulo a Timóteo em 1 Timóteo 5:23: «Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades». Visto que tantos têm usado este texto para justificar o consumo de bebidas alcoólicas, é importante que estabeleçamos a natureza do conselho de Paulo e a sua aplicação para nós hoje.
O conselho de Paulo a Timóteo deve ser considerado, antes de mais, como uma expressão de solicitude paternal e não como uma imposição. O apóstolo não está ordenando ao «seu amado filho no evangelho» que beba vinho; mas está aconselhando-o a usar vinho medicinalmente em pequenas quantidades. O prudente cuidado da linguagem do apóstolo é muito significativo. Ele não diz: «Não bebas mais água», mas «Não bebas mais água ». Ele não diz «bebe vinho», mas «usa de um pouco de vinho». Ele não diz «para o prazer físico do teu apetite», mas «por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades.» Assim, mesmo que o «vinho» a que se refere Paulo fosse fermentado, o conselho dado a Timóteo não apoia de maneira alguma o seu uso regular.
As palavras «usa de um pouco de vinho», soam como sendo mais a receita de uma dose de medicamento dada por um médico a um doente do que um princípio geral para toda a gente.

Outro facto com frequência ignorado é que o conselho de Paulo para «não beber mais água só» implica que Timóteo se tinha abstido até essa altura, tanto do vinho fermentado como do não fermentado, presumivelmente de acordo com as instruções e o exemplo de Paulo. Atrás, na mesma epístola, Paulo diz-lhe que requeira de um bispo cristão que não só seja abstinente (nephalion), mas também não participante em lugares e ajuntamentos de bebidas (me paroinon, 1 Timóteo 3:2-3). Não é provável que o apóstolo tivesse instruído Timóteo a requerer abstinência por parte dos dirigentes da igreja sem primeiro ter ensinado ao próprio Timóteo esse princípio. O facto de que Timóteo tivesse estado a beber apenas água implica que ele tinha estado a seguir muito escrupulosamente o conselho do seu mestre.
A abstinência de um ministro cristão estava presumivelmente baseada na legislação do antigo testamento que proibia aos sacerdotes o uso de bebidas intoxicantes (ver Levítico 10:9, 10). O sentimento natural seria que um ministro cristão não devia ser menos santo do que um sacerdote judeu, especialmente em vista do facto de que a razão para a lei mosaica continuava sendo a mesma: «Para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo; e para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado pela mão de Moisés» (Levítico 10:10, 11). A recomendação de Paulo a Timóteo para usar de um pouco de vinho para as suas enfermidades não violava este princípio de abstinência; o objectivo não era a satisfação do seu apetite, mas as necessidades médicas do seu estômago.

Supõe-se geralmente que o vinho recomendado por Paulo a Timóteo era alcoólico. Mas isso não é de maneira alguma certo, por duas razões. Em 1º lugar, porque o termo oinos, «vinho», era usado genericamente para denotar tanto o vinho fermentado como o não fermentado. Em 2º lugar, porque há testemunhos históricos que atestam o uso de vinho não fermentado para fins medicinais.
Aristóteles (384-322 a. C.) recomenda o uso do sumo de uvas, doce, porque, diz ele, «embora chamado vinho (oinos), não tem o efeito do vinho... e não intoxica como o vinho ordinário». 4 Athenaeus (200 d. C.) especificamente aconselha o uso de «vinho doce» não fermentado para perturbações do estômago. Escreve ele: «Tome vinho doce, quer misturado com água ou aquecido, especialmente a espécie chamada protropos, ... como sendo boa para o estômago; porque o vinho doce (oinos) não torna a cabeça pesada». 5 Aqui temos um conselho muito semelhante ao de Paulo, com a diferença de que Athenaeus qualifica a espécie de vinho recomendado, a saber, o vinho doce, chamado «effoeminatum», porque a sua potência alcoólica foi removida.
Conselho semelhante acerca do uso medicinal do vinho é dado por Plínio (23-79 d. C.), contemporâneo de Paulo e autor da célebre História Natural. Ele recomenda o uso de vinho fervido, não fermentado, a pessoas doentes «para quem se receia que o vinho possa ser prejudicial». 6
À luz destes testemunhos é razoável supor que o vinho recomendado por Paulo a Timóteo pode bem ter sido vinho não fermentado.


      

ADMOESTAÇÕES À ABSTINÊNCIA

As admoestações apostólicas à abstinência de bebidas alcoólicas são expressas por meio do verbo grego nepho e do adjectivo nephalios (ver 1 Tessalonicenses 5:6-8; 1 Pedro 1:13, 4:7; 5:8; 2 Timóteo 3:2, 3, 11; Tito 2:2). Há notável unanimidade entre os léxicos gregos sobre o sentido primário do verbo nepho como sendo abster-se de vinho e do adjectivo nephalios como sendo abstémio, sem vinho. 7
Estes sentidos são também atestados nos escritos de Josefo e Fílon, que foram contemporâneos de Paulo e Pedro. Nas suas Antiguidades dos Judeus, Josefo escreve acerca dos sacerdotes: «os que usam as vestes sacerdotais são imaculados e eminentes pela sua pureza e sobriedade (nephalios), não lhes sendo permitido beber vinho enquanto usam essas vestes». 8 Semelhantemente, Fílon explica nas suas Leis Especiais que o sacerdote deve oficiar como nephalios, isto é, totalmente abstinente de vinho, porque tem de executar os preceitos da lei e deve estar em posição de actuar como o supremo tribunal terrestre. 9
Se Josefo, Fílon e outros escritores antigos usavam nepho e nephalios com o sentido primário de «abstinente de vinho», temos razão para crer que os apóstolos do Novo Testamento também usaram estes termos com o mesmo significado. Esta conclusão é apoiada, como veremos, pelo contexto em que os termos são usados. Todavia estas palavras têm sido figurativamente traduzidas no sentido de ser «temperante», «sóbrio», «firme». Tais traduções têm erradamente levado muitos cristãos sinceros a crer que a Bíblia ensina moderação no uso de bebidas alcoólicas em vez de abstinência. Examinemos algumas das admoestações apostólicas à abstinência.


«SEJAMOS SÓBRIOS»

Paulo admoesta os crentes tessalonicenses a serem «sóbrios» em vista da súbita e inesperada vinda de Cristo: «Não durmamos pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios (nephomen). Porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação» (1 Tessalonicenses 5:6-8).
Esta passagem contém um bom número de paralelos contrastantes: luz e trevas, dia e noite, vigiar e dormir, ser sóbrio e embebedar-se. À luz do contraste entre os filhos do dia, que são sóbrios, e os da noite, que se embriagam, é evidente que a exortação a ser «sóbrios» significa não apenas ser mentalmente vigilante mas ser fisicamente abstinente. Doutra sorte, Paulo estaria simplesmente e dizer: «Mantenhamo-nos despertos e estejamos despertos» – uma desnecessária repetição. Parece evidente que Paulo relaciona a vigilância mental com a abstinência física, porque as duas vão juntas. A vigilância mental no Novo Testamento está com frequência relacionada, como veremos, com a abstinência física.


          

O CONSELHO DE PEDRO

Três vezes na 1ª epístola de Pedro, este expressa a admoestação da abstinência física (1 Pedro 1:13; 4:7; 5:8). Em todos os 3 textos, a exortação de Pedro à abstinência ocorre no contexto da preparação para a breve vinda de Cristo. Isto implica que Pedro, como Paulo, baseia o seu apelo para uma vida de abstinência e santidade na certeza e proximidade da vinda de Cristo.

- A 1ª admoestação de Pedro é: «Cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios (nephontes), e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo» (1 Pedro 1:13). Como Paulo, Pedro relaciona a vigilância mental («cingindo os lombos do vosso entendimento») com a abstinência física («sede sóbrios»).
Mas a admoestação de Pedro a «ser mais abstinentes» assume uma forma mais radical do que a que aparece na maior parte das traduções modernas. Embora o advérbio, inteiramente, venha imediatamente a seguir ao verbo, sede sóbrios, a maior parte dos tradutores escolheram traduzi-lo como se ele modificasse o verbo «esperai», traduzindo-o «esperai inteiramente» ou «esperai até ao fim».
Em contraste, a Vulgata, a famosa tradução latina de Jerónimo, que tem servido como a Bíblia católica oficial ao longo dos séculos, traduz a frase, «perfeitamente sóbrios». No meu ponto de vista, isto reflecte correctamente o pensamento de Pedro. Assim a tradução exacta seria: «Cingindo os lombos do vosso entendimento, sendo inteiramente sóbrios, ponde a vossa esperança na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo».

- A 2ª admoestação de Pedro à abstinência ocorre em 1 Pedro 4:7: «Já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios (sophronesate) e vigiai (nepsate) em oração». Aqui mais uma vez Pedro exorta os cristãos a manterem-se mentalmente vigilantes e fisicamente abstinentes.
O sentido de «sóbrios» como referindo-se à abstinência de vinho é sugerido também pelo contexto, em que Pedro contrasta o passado estilo de vida de «dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias» (1 Pedro 4:3) com o novo estilo de vida de temperança e abstinência. A passagem pode ser parafraseada assim: «Está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios na mente e abstémios na vida a fim de que possais estar aptos para manter uma sadia vida devocional neste tempo crítico».

- A 3ª admoestação ocorre em 1 Pedro 5:8: «Sede sóbrios (nepsate); vigiai (gregoresate); porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar». Como nos 2 textos anteriores, aqui também Pedro associa a vigilância mental com a abstinência física, porque as duas são mutuamente dependentes. As bebidas intoxicantes diminuem o poder da consciência e da razão, enfraquecendo assim as inibições para o mau procedimento. O resultado final é que o diabo pode «tragar» melhor tais pessoas.
Nas traduções modernas não se torna aparente um subtil jogo de palavras neste texto que também salienta a preocupação de Pedro com a abstinência física do álcool. Os cristãos, diz Pedro, devem ser «sóbrios» (a palavra grega vem de uma raiz que significa «não beber» para que o diabo não possa tragá-los, literalmente, «bebê-los»).

      

«NÃO DADO AO VINHO»

Mais do que uma vez, Paulo descreve as qualificações que devem caracterizar os bispos, as mulheres e os velhos. 1 Timóteo 3:2, 3, 11: «Convém que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante (nephalion), sóbrio (sephrona), honesto, hospitaleiro, apto para ensinar, não dado ao vinho (me paroinon)...» «As mulheres sejam honestas, não maldizentes, sóbrias (nephalious) e fiéis em tudo». Em Tito 2:2: Paulo diz: «os velhos que sejam sóbrios (nephalious), graves, prudentes (sophronas), sãos na fé, no amor e na paciência».
Alguns argumentam que nephalios não pode literalmente significar abstinente porque nesse caso Paulo não tinha necessidade de mencionar na mesma lista de qualificações que o bispo não devia ser «dado ao vinho» – algo que seria óbvio se ele praticasse abstinência. Concluem então que «temperante» é a tradução correcta. Esta aparente contradição é resolvida reconhecendo que o significado de paroinos vai além do significado de «dado ao vinho» ou «bêbado», e traz consigo a ideia de estar «acostumado a participar em grupos de bebedores, e, como consequência, a tornar-se intimamente associado com a bebida forte». 10
Albert Barnes, respeitado comentador do Novo Testamento, explica o significado de paroinos, dizendo: «Denota, como sucede aqui, uma pessoa que se senta junto do vinho; isto é, uma pessoa que tem o hábito de o beber. ... Significa que a pessoa que tem o hábito de beber vinho, ou que está acostumada a sentar-se com os apreciadores do vinho, não deve ser admitida ao ministério. A maneira como o apóstolo menciona o assunto aqui leva-nos com razão a supor que ele não recomenda de maneira nenhuma o uso do vinho, antes que o considera como perigoso e que deseja que os ministros da religião o evitem por completo». 11
Paulo está a dizer que o bispo deve ser não só abstinente, mas que deve também evitar a sua presença e apoio em lugares e associações que possam constituir uma tentação para a sua abstinência e a de outros. Isto adapta-se bem à admoestação de Paulo em 1 Coríntios 5:11: «Agora vos escrevi para que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais».

A razão fundamental dada por Paulo para viver vidas abstinentes e piedosas é escatológica: «A graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século, sóbria, e justa, e piamente. Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo; O qual Se deu a Si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para Si um povo Seu zeloso de boas obras» (Tito 2:11-14). A vida saudável e santa é recomendada nas Escrituras não só por causa da saúde e benefício pessoal, mas primariamente por causa do desejo de Deus de habitar dentro de nós nesta vida presente (ver 1 Coríntios 3:16, 17; 6:13) e de ter a nossa companhia na vida futura.
É esta esperança de estar preparado para receber a Cristo, e de ser recebido por Ele no dia do Seu glorioso aparecimento, que deve motivar cada cristão a ser puro «como também Ele é puro» (1 João 3:37).
Para os cristãos que crêem na certeza e iminência da volta de Cristo, as admoestações apostólicas para a abstenção de bebidas intoxicantes assume um novo significado: representa uma resposta tangível ao convite feito por Deus de uma preparação concreta para a 2ª vinda de Cristo.


       

CONCLUSÃO

O ensino do Novo testamento acerca do uso de bebidas alcoólicas pode resumir-se em poucas linhas: Ele ensina consistentemente a moderação no uso de bebidas saudáveis, não fermentadas, e a abstinência do uso de bebidas intoxicantes, fermentadas. A implicação prática desta conclusão pode também ser resumida numa simples frase: quando aceitamos o ensino bíblico de que beber bebidas alcoólicas é, não só fisicamente, mas também moralmente prejudicial, sentimo-nos compelidos não só a abster-nos nós próprios de substâncias intoxicantes, mas também a ajudar os outros a fazerem o mesmo.

Samuele Bacchiocchi, Professor de História Eclesiástica e de Teologia na Andrews University, Berrien Springs, Michigan, EUA in Revista Sinais dos Tempos, nº 38, 1991.
(Leia a parte 1 deste artigo em Meditação para a Saúde, Links 1R, 24.11.2014)



REFERÊNCIAS:

1. Ernest Gordon, Christ, The Apostles, and Wine. An Exegetical Study (Philadelphia, 1947), pág. 14; 2. Citado por Eusébio, História Eclesiástica 2.22.4, eds Philip Schaff e Henry Wace, Nicene and Post-Nicene Fathers of the Christian Church (Grand Rapids, 1971), vol. 1, pág. 125; 3. Gordon, ibid., pág. 31; 4. Aristóteles, Meteorologica 387.b.9-13; 5. Athenaeus, Banquete 2, 24; 6. Plínio, História Natural 14, 18; 7. Ver, por exemplo, G. W. Lampe. A Patristic Greek Lexicon (Oxford, 1961); James Donnegan, A New Greek and English Lexicon, edição de 1847; Thomas S. Green, A Greek-English Lexicon to the New Testament, ed. de 1892; E. Robinson, A Greek and English Lexicon of the New Testament (New York, 1850); G. Abbott-Smith, A Manual Greek Lexicon of the New Testament, edição de 1937; 8. Josefo, Antiguidades dos Judeus 3,12,2; 9. Fílon, De Specialibus Legibus, 4,183. 10. Frederic R. Lees and Dawson Burns, The Temperance Bible Commentary (London, 1894), págs. 280-282; 11. Albert Barnes, Notes, Explanatory and Practical on the Epistles of Paul to the Thessalonians, to Timothy, to Titus, and to Philemon (New York, 1873), pág 140.


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MAS O MELHOR, MELHOR MESMO, É ÁGUA!!!

E não esquecer: quanto mais o paladar está adulterado com bebidas alcoólicas, menos apetece Água, a Fonte de uma Vida Saudável.
Seja Forte! Faça a Mudança! (E.E.)